quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Por que mulheres se contaminam mais com a covid-19?


 

(Escrito por Renato Coelho)

A pandemia do novo coronavírus tem afetado todos os países e tem demonstrado o fracasso mundial na assistência à saúde dos trabalhadores. Observamos, porém, que a propagação do vírus pelo planeta afeta de forma distinta os seus habitantes, promovendo consequências e impactos que vão muito além dos números, estatísticas ou gráficos. A geopolítica da pandemia envolve questões não apenas biológicas, genéticas ou sanitárias, mas está relacionada sobretudo a questões sociais e de classe. Vemos assim que a pandemia tem afetado os trabalhadores mais pobres e de forma mais acentuada. Numa sociedade dividida em classes, a pandemia se torna bastante seletiva em seus efeitos negativos, ou seja, os contágios e óbitos são proporcionalmente maiores entre a população trabalhadora mais pobre.

Os números da pandemia no Brasil apontam também que a maior parcela das vítimas dos contágios pelo novo coronavírus são do sexo feminino. As mulheres brasileiras estão se contaminando numa proporção muito maior do que os homens na pandemia do novo coronavírus, entretanto, o número de óbitos entre a população masculina é maior em relação às mortes de mulheres por covid-19. Segundo pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 56% dos infectados pela covid-19 no Brasil são do sexo feminino e 44% são do sexo masculino, porém, em relação ao número de óbitos pela pandemia no Brasil os números se invertem, sendo 55% do sexo masculino e 45% do sexo feminino. (DIAS, 2020). Além da pandemia de contágios de covid-19, o Brasil também experimenta atualmente uma pandemia de violência contra as mulheres e uma pandemia de feminicídios, que também seguem um modelo de curva exponencial. 




A explicação para esse fenômeno não se deve apenas às diferenças genéticas ou biológicas entre homens e mulheres, também não pode ser explicado somente pelas características genéticas do vírus Sars-Cov-2. A covid-19 é uma doença multissistêmica e além disso uma doença muito nova, daí ser importante também uma análise multissistêmica sobre essa doença letal. A ciência ainda engatinha na compreensão da covid-19 sobre o organismo.

Não se sabe ao certo as razões biológicas capazes de explicar, por exemplo, o maior número de mortes entre os homens. O sistema imunológico feminino é mais eficiente do que o sistema imunológico masculino. Alguns cientistas apontam que a explicação para tal fenômeno esteja no cromossomo “X” humano, que possui importante atuação sobre o sistema imunológico, sendo que as mulheres possuem o dobro de cromossomos X nas células (mulheres XX) do que os homens (XY). O cromossomo X possui vários genes importantes para a composição e o funcionamento do sistema imunológico. Outras pesquisas ainda recentes apontam para questões de diferenças hormonais entre homens e mulheres, onde o hormônio feminino estrogênio possui importante papel também sobre o funcionamento das células que compõe o sistema imunológico. Pode-se destacar ainda, questões de âmbito cultural, capazes de demonstrar que o homem se preocupa menos com os cuidados com a saúde, procurando, na maioria dos casos, o tratamento médico de forma tardia, diferentemente do comportamento das mulheres de uma forma geral (DOMINGUES, 2021).

Na sociologia do trabalho também se evidenciam as questões de gênero capazes de explicar o maior contágio por covid-19 entre mulheres. Sabe-se que os cargos mais importantes do mercado de trabalho, como o de chefia, gerência e presidência são ocupados majoritariamente por homens. Os salários das mulheres são mais baixos para os mesmos cargos e funções ocupados por homens. Pesquisas do IBGE (2018) apontam que além das mulheres receberem salários inferiores aos dos homens, elas possuem uma carga horária semanal maior do que a dos homens ocupantes das mesmas funções. Ao considerarmos as mulheres negras, as discrepâncias são ainda maiores em relação  aos homens brancos, devido ao chamado racismo estrutural brasileiro.

 

Em 2018, o rendimento médio das mulheres ocupadas com entre 25 e 49 anos de idade (R$ 2.050) equivalia a 79,5% do recebido pelos homens (R$ 2.579) nesse mesmo grupo etário. Considerando-se a cor ou raça, a proporção de rendimento médio da mulher branca ocupada em relação ao do homem branco ocupado (76,2%) era menor que essa razão entre mulher e homem de cor preta ou parda (80,1%) (IBGE, 2018).

 

Nos seus lares, as mulheres ainda possuem responsabilidades com os afazeres domésticos e os cuidados com os filhos. Além do chamado “expediente doméstico”, as mulheres ainda devem agendar tempo para os estudos e tarefas das escolas ou  de faculdades que frequentam.

A sociedade capitalista impõe hierarquias de gênero como forma de aumentar a mais valia e cuja expressão se reflete na super exploração da mulher como instrumento de mão de obra barata.

  

Considerando-se as ocupações selecionadas, a participação das mulheres era maior entre os Trabalhadores dos serviços domésticos em geral (95,0%), Professores do Ensino fundamental (84,0%), Trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos (74,9%) e dos Trabalhadores de centrais de atendimento (72,2%). No grupo de Diretores e gerentes, as mulheres tinham participação de 41,8% e seu rendimento médio (R$ 4.435) correspondia a 71,3% do recebido pelos homens (R$ 6.216). Já entre os Profissionais das ciências e intelectuais, as mulheres tinham participação majoritária (63,0%) mas recebiam 64,8% do rendimento dos homens (IBGE, 2018).






Figura 01 – Proporção entre homens e mulheres em distintos cargos de trabalho



Segundo Assunção (2011), a precarização e a terceirização do trabalho capitalista tem cada vez mais o rosto de uma mulher, ou seja, o sistema do capital faz da super-exploração sobre a mulher um mecanismo importante para a sua reprodução e dominação, fazendo perpetuar as desigualdades e potencializando ainda mais as divisões entre a classe trabalhadora.
Nos dados acima do IBGE (2018) vemos que os cargos mais altos e com melhores salários são ocupados majoritariamente por homens. Já as mulheres possuem salários inferiores aos dos homens e ainda tem maior percentual de participação em atividades de limpeza, atendimento e entre docentes do ensino fundamental. Essas características do trabalho feminino no Brasil evidencia o alto grau de exploração e de precarização em que se encontram as mulheres brasileiras no mercado de trabalho. E, ao analisarmos os principais cargos desempenhados pela maioria das mulheres, pode-se inferir que tais funções colocam as mulheres numa posição de maior exposição ao vírus Sars-Cov-2, pois quanto maior a precarização do trabalho e menores os salários, maior se torna a vulnerabilidade do trabalhador no contexto da pandemia. Vê-se assim, a importância das relações de gênero para a exploração capitalista.

O trabalhador em geral vende o seu corpo e o seu tempo, recebendo em troca o seu mísero salário. Nesta forma de trabalho abstrato, o sujeito que trabalha se aliena, não sendo capaz de reconhecer a si mesmo no trabalho, transformando-se também em mercadoria e em objeto. O produto do seu trabalho também lhe é estranho. O processo de trabalho se torna fragmentado, não compreende o início, meio e fim da ação no trabalho. O trabalhador se especializa na sua função, não possui mais a visão holística sobre o seu labor. Sujeito e produto se transformam em mera mercadoria. Dentro destas relações no capitalismo, na exploração da  natureza  e na exploração do próprio ser humano, faz surgir o trabalhador-mercadoria. O homem para sobreviver se vê obrigado a vender a sua força de trabalho e recebe em troca o seu salário. Tudo o que se produz não é mais para satisfação das suas próprias necessidades humanas (valor de uso), mas para satisfação e deleite de um outro que o explora, um patrão desconhecido chamado mercado (valor de troca). Este mercado insaciável do capital é capaz ainda de se apropriar das diferenças de gênero existentes na sociedade e utilizá-lo como instrumento de dominação e de exploração.

 

Bibliografia Consultada:

 

ASSUNÇÃO, Diana (Org.). A precarização tem rosto de mulher. São Paulo: Edições Iskra, 2011, 132 p.(Coleção Iskra Mulher).

 

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2018. Disponível em :<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/23923-em-2018-mulher-recebia-79-5-do-rendimento-do-homem>. Acesso em: 26/01/2021.

 

DOMINGUES, N.  Novas pistas ajudam a esclarecer por que a covid-19 mata duas vezes mais homens que mulheres - estudos indicam que a genética feminina tem efeitos protetores contra o coronavírus. Jornal El País, jan. 2021. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/ciencia/2021-01-22/novas-ideias-para-saber-por-que-a-covid-mata-duas-vezes-mais-homens-que-mulheres.html>. Acesso em: 26/01/2021.

 

DIAS, R. Covid-19 atinge principalmente mulheres, mas mata mais homens, diz estudo da UFMG. Jornal Estado de Minas, 09/09/2020. Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/09/09/interna_gerais,1183974/covid-19-atinge-principalmente-mulheres-mas-mata-mais-homens-ufmg.shtml>. Acesso em: 26/01/2021.

 

 

 

 

 


28 comentários:

  1. A pandemia (covid-19) tem afetado diversos trabalhadores, mais em destaque estão as pessoas de classe mais baixa. Dentre isso, as mulheres também se encontram mais suscetíveis a contrair a infecção (mesmo que sejam a parte da população que mais se preocupam em se cuidar) elas são vulneráveis e se encaixam na maioria das vezes em trabalhos precários e salários baixos, oque as tornam "frágeis" quando se fala em relação a pandemia.

    Larissa Oliveira
    8°período noturno

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  2. O texto nos convida a refletir sobre a maneira como as desiguldades sociais, de gênero e etnia são tão presentes em nossa realidade. A pamdemia veio para trasluzir ainda mais isso. Não é atoa que as camadas subaternas, as mulheres e as pessoas negras sejam as que vem mais sofrendo com as consequências da Covid-19. Esses grupos que tanto sofrem com as desiguldades são alvos e vítimas do perverso e nefasto sistema capitalista. Lastimavelmente, a lógica do sistema é essa, uns poucos são imbuídos de privilégios que os beneficiam em praticamente tudo, ao passo que o restante vive na miséria e no sofrimento da perversa exploração do trabalho.
    Como se não fosse suficente a atroz exploração do trabalho, o mísero salário, a conjuntura caótica da pandemia, as mulheres enfrentam diaraimente também o hediondo machismo estrutural. Além de se preocuparem com a contaminação do vírus e suas prováveis consequências, elas também precisam lidar com a violência doméstica, assédios, estupros, entre outras perversidades do machismo.

    Silas Alberto Garcia
    8° periodo matutino

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  3. O presente texto traz a informação que a maioria das vítimas contagiadas pelo vírus são mulheres, várias pesquisas explicam esse fato por questões biológicas entre o homem e mulher, outra explicação é sobre o cargo de trabalho que essas ocupam, visto que grande maioria das mulheres ocupam os cargos inferiores e são menos remuneradas, visto isso, as elas ficam mais expostas ao vírus e com maior risco de serem contaminadas.

    Raquel de Paula Vieira
    Educação Física- 8° Período- Matutino

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  4. Acredito que uma pandemia no mundo iria acontecer a qualquer momento, devido as questões sociais, de classes e sobretudo sanitárias. Que dias que víamos os metrôs, os ônibus, locais públicos como rodoviárias, praças, estação de metrô, plataformas dos ônibus e dos terminais rodoviários, corrimões, escadas em geral sendo lavados ou higienizados diariamente, ou semanalmente? Tais procedimentos de limpeza e higiene é o mínimo que poderia ser feito, porém, ficaria muito caro para esse sistema capitalista que somente visa o lucro. Quanto a pandemia atingir mais o sexo feminino, além de todos esses fatores citados no texto, acredito que a maioria das mulheres têm mais do que jornada dupla de responsabilidades, pois trabalham fora, mantêm a casa, se cuida, cuida da família, estudam e ainda recebem uma carga de preconceitos. Exemplos de preconceitos são vários, principalmente na política e nos esportes. Qual a proporção de mulheres que tivemos como presidentes,
    governadoras ou prefeitas no nosso país, até os dias atuais? E nos esportes: a partir de qual década que a mulher pôde jogar futebol? Será que no Museu do Futebol (SP), as mulheres no futebol brasileiro são mencionadas? Na UEG as mulheres sempre participaram da disciplina de futebol? Historicamente, percebe-se uma evolução nas respostas para alguns desses questionamentos entre tantos outros, mas, infelizmente o papel da mulher na sociedade ainda não é reconhecido ou valorizado como deveria.
    Nelcivania P. da Silva.
    Educação Física - 8° período - Matutino

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  5. O texto permite refletirmos sobre a desigualdade de gênero e a pandemia da covid-19. No texto é discutido sobre a maior recorrência de infecção entre as mulheres, a partir disso, é possível refletirmos sobre o nível de exposição das mulheres ao vírus. De certa forma, parte-se de hipótese que muitas mulheres são mães solteiras, que vivem sem nenhum auxilio, e por isso, tem que arriscar a sua saúde para sustentar e alimentar seus lares. Com o fim do auxilio emergencial, muitas famílias estão vivendo na linha da pobreza, passando por dificuldades financeiras, muitas dessas famílias compostas por mães solteiras. Por um lado, devemos considerar que a sociedade é completamente machista, ou seja, a depender da situação o homem ganha uma vaga de emprego pelo simples fato de ser homem. Além do mais, a renda salarial também é desigual entre homens e mulheres, quando comparado a mesma função. Afim de complementar a renda mensal, a mulher então acaba procurando outros meios para compor a renda, bem como, um segundo emprego, assim, acaba se expondo cada vez mais ao vírus da covid-19. De modo geral, a desigualdade de gênero é algo que está presente na nossa sociedade, porém, cabe a cada um desconstruir esses tabus, ou seja, reconhecer para avançar.

    Daniel Monteiro do C. Braga - 8º Período (Matutino)

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  6. O presente texto traz as indagações acerca da contaminação do vírus. Sendo assim, estudos revelam que a maioria dos casos de contaminação, são voltado a mulheres. A desigualdade ainda está presente em nossa sociedade, já que as pessoas de classe baixa não possuem acesso suficiente para a busca do tratamento da COVID-19, e para além disso, a exploração do trabalho, o salário escasso, dentre outros, são fatores que contribuem para esta ascensão. Contudo, com toda essa explicação contida no texto, é notório que as mulheres ainda ocupam cargos trabalhista precários, o que as tornam cada vez mais vulneráveis para a contaminação do vírus.

    Nátally Cristiny Rodrigues Tolêdo
    8° período matutino.

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  7. É uma reflexão notória da desigualdade de gênero, etnia e classe social, o virus não escolhe, só segue o mundo capitalista contaminando trabalhadores de classe mais baixa, e principalmente mulheres, que apesar de se preocupar em cuidar mais do que os homens, devido ao cargos que elas ocupam e com cargas horarias maiores estão mais vulneráveis.

    Ryane Fernandes - Noturno

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  8. Infelizmente, acho que não apenas nessa pandemia, mas em todas que já foram enfrentadas, a maior parte da população que sofre sendo contaminada é da classe mais baixa.
    Em relação ao contágio, os pesquisadores ainda não sabem ao certo como os sintomas pioram, no entanto, já écomprovado que as mulheres cuidam mais da saúde que os homens, indo constantemenete ao médico, praticando alguma atividade física ou exercício físico. Isso deve justificar, em partes, a diferença na taxa de óbito.
    Uma causa que pode estar relacionada com a infecção é o trabalho em excesso das mulheres. Como foi explicado no texto, mulheres recebem menos, trabalham mais, e não trabalham apenas fora de casa, quando chegam, ainda devem ser dona de casa, pelo menos a grande maioria. Então, pode estar ligado a exaustão mental.
    Infelizmente ainda existe essa diferença entre salários dos mesmos cargos, mas diferente em relação ao sexo.

    Karollyne Plácido da Silva - 8º noturno

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  9. Este texto abre nossa visão para que possamos compreender a respeito da desigualdade de gênero em relação com a pandemia por conta da COVID-19. Sendo assim, o mesmo relata o maior número de contágio em mulheres. Acredito que, pelo fato da maioria das mulheres terem que criar seus filhos sem auxílio e ajuda de ninguém, se dedicando na maioria das vezes somente ao trabalho, se torna o fator mais agravante dessa situação, pois as mesmas precisam ir à luta e trabalhar pesado, onde correm grande risco de serem contaminadas e de levar o vírus para casa. Este, como qualquer outro vírus ou doença, não escolhe classe social, porém acaba afetando em grande proporção a classe trabalhadora e de baixa renda, por estarem nas grandes empresas e nas ruas trabalhando, buscando seu sustento e de sua família. Triste essa realidade.


    Amanda dos Santos Costa.

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  10. Acredito que a desigualdade de gênero, afeta e vai continuar afetando em tempos de pandemia ou não. Devemos lembrar que a maior parte da população continua sendo do gênero feminino, e isso pode ser um dos influenciadores nos dados apontados acima. Tambem deve-se potencializar que grande parte das famílias são sustentadas pelas mães ou mulheres da casa responsáveis, e os cargos que as mesmas ocupam não diferem risco de contágio da parte masculina, mas grande parte das vezes, não trabalham somente em um lugar. Com tudo, só observamos o quão as mulheres continuam sendo mais expostas, em trabalhos precários e no momento em que passamos, o vírus ganha poder, tragicamente.

    Thalyta Colangelo - 8° período matutino

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  11. É de grande importância fazer a reflexão que o texto propõe em relação a pandemia e a desigualdade de gênero, pois essa foi uma discussão que pouco vi acontecer tanto no espaço acadêmico, quanto nas mídias sociais. Acredito que, um dos motivos para o maior número de afetados ser do gênero feminino é pelo fator de que grande parte dessa população ter que se desdobrar para manter suas casas/famílias. Neste ponto já entramos em outra discussão que é a social,até porque só cumpre isolamento até hoje, estando apenas dentro de casa há quase um ano é o topo da pirâmide social. A prole, até então não parou em nenhum momento pois precisava trabalhar para sobreviver, e com a maior parte da população brasileira sendo ocupada por mulheres talvez seja mais um fator a justificar o maior número de casos.

    Ana Clara Melo Santos - 8° Período Noturno

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  12. O texto nos trás uma reflexão sobre a desigualdade de gênero e a pandemia da covid-19. Nos trás informações a cerca da diferença de contaminação entre homens e mulheres, onde as mulheres, apesar de se cuidarem mais, acabam tendo um maior número de contaminação que os homens. Essa maior contaminação pode se dar pelo fato de as mulheres terem que se desdobrar para o trabalho e para cuidar de casa.

    Taisa Rocha Gomes da Silva - 8 período Noturno

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  13. A reflexao que o texto trás a nós, refere-se ao contágio e transmissão da COVID 19, relacionando aos gêneros, porque as mulheres se contaminam mais que os homens ?
    Essa reflexão nos faz pensar que geralmente as mulheres ocupam posições diferentes dos homens, ficando geralmente em cargos que possuem um maior contato com pessoas que podem estar contaminadas, além disso as mulheres passam por sua jornada de trabalho e possuem o trabalho “do lar”.
    Então essa desigualdade de gênero acontece desde muito tempo, o corona vírus só agravou e deixou mais explícita essa dificuldade.

    Murilo Santos 8 período noturno

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  14. O Brasil é cercado por desigualdades, dentre todas destaco a desigualdade de gênero. Com a pandemia essas desigualdades firam ainda mais visíveis. As mulheres são atingidas pela COVID-19 de diversas maneiras, com o isolamento social houve um grande aumento da violência doméstica, isso porque as mulheres eram obrigadas a ficar ainda mais tempo na mão de seus agressores, e nem sempre conseguiam pedir por socorro. Elas também são as mais contaminadas, pois se veem obrigadas a sair para trabalhar e pegar o transporte público lotado, mas as opções são: ou se arriscam a serem contaminadas ou elas e seus filhos morrem de fome, ou seja, não há opções favoráveis a esse grupo.

    Raynara Rodrigues da Cruz da Silva - 8° Período noturno

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  15. A desigualdade de gênero assola a nossa historia a tempos, em meio a pandemia so aumentou esse discrepância. A violência doméstica tem tomado conta dos lares, ate mesmo contra as crianças, a pandemia trouxe muita coisa a tona, até a produção de artigo científicos por homens tem aumentado, enquanto as mulheres tem cuidado dos filhos e afazeres domésticos, cada dia mais sobrecarregadas.
    Maíra Cirqueira Queiroz Silvestre
    5º periodo

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  16. Ao salientar a diferença nas contaminações dos homens e das mulheres em meio a pandemia do Covid-19 é notório as diferenças bem como biológicas e sociológicas que ainda refletem as questões de separação por gênero da Revolução Industrial, no qual a mulher tinha seu serviço nas fábricas, ganhavam bem menos que os homens e ainda, com o desenvolvimento de uma medicina higienista que ser a dona do lar, responsável por quaisquer coisas que acontecessem dentro do âmbito familiar. Isso se evidencia durante a pandemia e o que se faz notório também, assim como o texto fala, a questão do feminicidio, que durante o isolamento social teve sua crescente devido o fato das mulheres estarem enclausurada com seus agressores "em casa".

    Marcia Gabriela Pereira De Melo 8°período Educação Fisica UEG

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  17. interessante, os textos anteriores já mencionava o alto índice de contaminação da covid 19 entre a população mais pobre, mas o estudo da Universidade Federal de Minas Gerais nós trouxe mais um prencoceito estrutural que e refletido na pandemia.

    Renato Duarte
    8 periodo noturno

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  18. Eduardo Naves Ramos Mota. 8º Matutino.
    interessante a informação sobre o maio índice de contaminação por parte de indivíduos do sexo Feminino. cabe ressaltar a existência de dados que comprovam uma maior proporção populacional de mulheres em relação a população do sexo masculino e de outros sexos, assim como trata-se de uma população maior, provavelmente acontecerá um maior número de contagio por parte desses indivíduos.

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  19. A informação que o texto nos trás quanto ao aumento de contaminação entre pessoas do sexo feminino é muito interessante, tendo em vista que no Brasil temos uma população maior de mulheres, muitas mães solo em sub empregos, mal remuneradas e expostas ao trabalho direto em contato com o publico, limpeza, etc, o que pode influenciar numa maior exposição ao contagio pelo vírus. O texto também trás relatos da epidemia de violência contra a mulher, violência esta que sempre foi alta, mas que no período pandêmico superou todas as estatísticas, muitas vezes banalizada a violência contra a mulher é grave e o confinamento da pandemia fez os números saltarem aos olhos da sociedade.

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  20. Hugo de Abreu Araujo - 8º Período matutino.
    Um texto de suma importância é relevância, um dado no qual eu não tinha a ciência do fato que pessoas do sexo feminino tem o maior índice de contagio.
    Nota-se que atualmente o numero de mulheres no país vem crescendo com isso automaticamente as estáticas de mulheres contaminadas aumenta também, devido a isso o texto aponta o auto índice de contagio por parte do sexo feminino.

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  21. A divisão de classes, de interesses tão antagônicos, existente na sociedade capitalista atravessa questões de gênero, raça e serve, tão somente, para ampliar a forma do capital explorar, ou melhor, de superexplorar a classe trabalhadora. Ao criar essas distinções a ideologia que rege o capitalismo amplifica os graus de exploração a partir da fragmentação socialmente criada entre os que a ele se sujeitam. As mulheres brasileiras e prioritariamente as mulheres brasileiras negras, como abordado no texto, estão indiscutivelmente na base da pirâmide tanto no grau de exploração, como na ocupação laboral.
    Nesse sentido, é inegável que, as mulheres, ao se ocuparem dos piores ramos de trabalho como os da limpeza, ou ao manter contato com um elevado número de pessoas como é o caso das professoras, por exemplo, estão mais expostas ao novo coronavírus, e, por conseguinte, são as mais infectadas. Por isso é de extrema importância que os fatores histórico-culturais que envolvem a formação social do Brasil e o seu sistema econômico predominante, sejam considerados antes de qualquer análise sobre a disseminação do vírus.
    A desigualdade social gerada, propositadamente, pelo sistema hegemônico de produção organiza a sociedade de maneira que existam aqueles que sofrerão em maior grau com problemas epidêmicos como o que estamos passando agora. Neste sentido, as questões de gênero e raça são determinadas pelas questões de classe (exploradores e explorados). Em conclusão, no embate entre as classes, aqueles e aquelas que não detêm os meios de produção e cuja única propriedade é sua força de trabalho são os que também mais sofrem as consequências e desdobramentos da pandemia, seja de forma direta ou indiretamente, como no aumento de casos de violência, especialmente a violência doméstica contra a mulher e contra pessoas negras, sobretudo em bairros periféricos.

    Aryanna Barbosa de Carvalho

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  22. Notamos no texto alguns dos problemas que muitos enfrentam todos os dias na luta pela sobrevivência, por conta da exclusão e das diferenças que quase sempre é tratada com descasos por grande parte da sociedade capitalista que vivemos. Dificuldades que fazem cada dia mais a população ficar em situações de precariedades e sujeitos a contágios e adoecimento como no caso da covid-19. A luta pelos direitos, não podem parar. O preconceito pelas diferenças devem acabar, e para isso é preciso um cuidado maior da própria sociedade, em aprender a enxergar o outro como ser-humano, e não como alguém inferior ou superior por algo que tem ou deixa ter. Também deve ter um olhar especial dos governantes, onde possa oferecer uma educação de qualidade e para todos com oportunidades principalmente a aqueles que vivem em situações precárias, para quem sabe um dia o nosso país se torne uma país mais igualitário, independentemente de gênero, cor, classe social etc.

    Jean Moreira da Cruz - 8° período Noturno

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  23. Esse artigo reafirma o luta histórica da qual as mulheres vivem a décadas. Não é segredo que em meio a contemporaneidade a mulher ainda seja exclusa de vários cargos como diretoria, gerência e etc. Outro fator que é bem lembrado é a questão salarial, da qual mesmo as mulheres conquistando um cargo de excelência, seu salário comparado ao de um homem, é simplesmente menor, o que fortalece a desvalorização do trabalho feminino.
    Com relação ao contágio do vírus covid 19, as mulheres vencem no número de contágios (o que reforça o lugar que é dado as mulheres no mundo do trabalho), já o numero de mortes, reafirma o quanto os homens são menos cuidadosos a respeito da saúde, o que agrava sua recuperação.
    Rahaby Carvalho

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  24. Sabemos que desde sempre as mulheres cuidam mais da saúde do que os homens, por esta razão que não só com a covid-19, mas com várias doenças as mulheres se recuperam mais rápido que os homens e morrem menos. Sobre o fator genético influenciar nas contaminações a respeito de homens e mulheres, acredito ser uma hipótese que precisa de mais estudos, mas que cabe ser levada em consideração. As mulheres sofreram e sofrem a vida toda pelo excesso de trabalho dentro e fora de casa, como também a desvalorização deste, o texto vem reafirmar está situação presente a séculos.

    Thays Kellen - 8°P - Matutino

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  25. No texto pode ser descartado a desigualdade de gênero ,o numero de mulheres no país vem crescendo cada vez mais isso é teremos mais mulheres contaminadas ,pandemia da covid-19 colocou em evidência a sempre existente desigualdade na divisão do trabalho doméstico e dos cuidados com as crianças e idosos. Antes do isolamento, apesar de a desigualdade já ocorrer, ela de certo modo era mascarada pelo fato de as crianças irem para a escola, algumas até em período integral e por vezes haver uma "participação" maior do homem que auxiliava no transporte ou em tarefas de casa, sem contar com a possibilidade de maior ajuda com profissionais que realizam tarefas domésticas (isso, claro, para uma parcela de privilegiados), muitos dos quais tiveram que ser afastados para também cumprirem o distanciamento.

    Amanda Garcia Rodrigues de Souza
    8 período Noturno

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  26. Como explicito no texto, ainda há vários caminhos a se percorrer para descobrir as reais possibilidades desta doença pandêmica (COVID-19), principalmente quando se pensa em uma descoberta de forma especifica, como indagado no texto. Porém acredito muito na abordagem de que as mulheres além de ser a maioria da população, elas estão sim em mais vulnerabilidade por suas jornadas maiores de trabalho, por serem inferiorizadas e estarem em cargos terceirizados em situações de mais contato e aglomerações, além das profissões de linha de frente como, médicas, enfermeiras e até professoras (que estão voltando a atuar mesmo com a pandemia) serem ocupadas por mulheres em sua grande maioria.

    Wesley Ferreira de Almeida Carvalho - 8 Período

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