(Escrito por Renato Coelho)
A pandemia do novo coronavírus tem afetado todos os países e tem demonstrado o fracasso mundial na assistência à saúde dos trabalhadores. Observamos, porém, que a propagação do vírus pelo planeta afeta de forma distinta os seus habitantes, promovendo consequências e impactos que vão muito além dos números, estatísticas ou gráficos. A geopolítica da pandemia envolve questões não apenas biológicas, genéticas ou sanitárias, mas está relacionada sobretudo a questões sociais e de classe. Vemos assim que a pandemia tem afetado os trabalhadores mais pobres e de forma mais acentuada as populações mais vulneráveis. Numa sociedade dividida em classes, a pandemia se torna bastante seletiva em seus efeitos negativos, ou seja, os contágios e óbitos são proporcionalmente maiores entre a população trabalhadora e a mais pobre.
Os números da pandemia no Brasil apontam também que a maior parcela das vítimas dos contágios pelo novo coronavírus são do sexo feminino. As mulheres brasileiras estão se contaminando numa proporção muito maior do que os homens na pandemia do novo coronavírus, entretanto, o número de óbitos entre a população masculina é maior em relação às mortes de mulheres por covid-19. Segundo pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 56% dos infectados pela covid-19 no Brasil são do sexo feminino e 44% são do sexo masculino, porém, em relação ao número de óbitos pela pandemia no Brasil os números se invertem, sendo 55% do sexo masculino e 45% do sexo feminino. (DIAS, 2020). Além da pandemia de contágios de covid-19, o Brasil também experimenta atualmente uma pandemia de violência contra as mulheres e uma pandemia de feminicídios, que também seguem um modelo de curva ente ascendente e exponencial.
A explicação para esse fenômeno não se deve apenas às diferenças genéticas ou biológicas entre homens e mulheres, também não pode ser explicado somente pelas características ou pela dinâmica de contágio do vírus Sars-Cov-2. A covid-19 inicialmente era considerada uma doença respiratória e a sua origem em Wuhan na China foi a princípio tratada pelas autoridades locais como uma epidemia que causava pneumonia. Porém, com o passar dos meses, com as novas descobertas e as experiências acumuladas no tratamento da Covid-19, descobriu-se que se trata de uma doença multissistêmica, ou seja, capaz de atacar todos os órgãos do organismo e não somente os pulmões como se pensava iniciamente, além disso, ainda é uma doença muito nova e desconhecida apesar de todas as descobertas científicas a seu respeito. Daí ser importante também uma análise multifatorial sobre essa doença letal. A ciência ainda engatinha na compreensão da covid-19 sobre o organismo humano e as suas consequências a médio e a longo prazo.
Não se sabe ao certo as razões biológicas capazes de explicar, por exemplo, o maior número de mortes entre os homens. No entanto, já é comprovado cientificamente que o sistema imunológico feminino é mais eficiente do que o sistema imunológico masculino. Alguns cientistas apontam que a explicação para tal fenômeno esteja no cromossomo “X” humano, que possui importante atuação sobre o sistema imunológico, sendo que as mulheres possuem o dobro de cromossomos X nas células (mulheres XX) do que os homens (XY). O cromossomo X possui vários genes importantes para a composição e o funcionamento do sistema imunológico. Outras pesquisas ainda recentes apontam para questões de diferenças hormonais entre homens e mulheres, onde o hormônio feminino, o estrogênio, possui importante papel também sobre o funcionamento das células que compõe o sistema imunológico. Pode-se destacar ainda, questões de âmbito cultural, capazes de demonstrar que o homem se preocupa menos com os cuidados de saúde, procurando, na maioria dos casos, o tratamento médico de forma tardia, diferentemente do comportamento das mulheres de uma forma em geral. (DOMINGUES, 2021).
Na sociologia do trabalho também se evidenciam as questões de gênero capazes de explicar o maior contágio por covid-19 entre mulheres. Sabe-se que os cargos mais importantes do mercado de trabalho, como os de chefia, gerência e presidência são ocupados majoritariamente por homens. Os salários das mulheres são mais baixos para os mesmos cargos e funções ocupados por homens. Pesquisas do IBGE (2018) apontam que além das mulheres receberem salários inferiores aos dos homens, elas possuem uma carga horária semanal de trabalho maior do que a dos homens ocupantes das mesmas funções. Ao considerarmos as mulheres negras, as discrepâncias são ainda maiores em relação aos homens brancos, devido ao chamado racismo estrutural brasileiro.
Em 2018, o rendimento médio das mulheres ocupadas com entre 25 e 49 anos de idade (R$ 2.050) equivalia a 79,5% do recebido pelos homens (R$ 2.579) nesse mesmo grupo etário. Considerando-se a cor ou raça, a proporção de rendimento médio da mulher branca ocupada em relação ao do homem branco ocupado (76,2%) era menor que essa razão entre mulher e homem de cor preta ou parda (80,1%) (IBGE, 2018).
Nos seus lares, dentro do modelo de sociedade capitalista e patriarcal atual, as mulheres ainda possuem responsabilidades exclusivas com as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos. Além da carga horária de trabalho superior as dos homens, as mulheres ainda possuem o chamado “terceiro expediente” ou “expediente doméstico”, que consiste nos trabalhos de casa no cuidado dos filhos e deveres domésticos em geral. E ainda assim, as mulheres precisam agendar tempo para os estudos e tarefas das escolas ou de faculdades que frequentam no contra turno do trabalho.
A sociedade capitalista impõe a hierarquia de gênero como forma de controle e opressão sobre as mulheres, para assim aumentar a mais valia e a exploração sobre o sexo feminino no chamado mercado de trabalho, e cuja expressão se reflete na super-exploração da mulher como instrumento de mão de obra mais barata.
Considerando-se as ocupações selecionadas, a participação das mulheres era maior entre os trabalhadores dos serviços domésticos em geral (95,0%), Professores do Ensino fundamental (84,0%), trabalhadores de limpeza de interior de edifícios, escritórios, hotéis e outros estabelecimentos (74,9%) e dos trabalhadores de centrais de atendimento (72,2%). No grupo de diretores e gerentes, as mulheres tinham participação de 41,8% e seu rendimento médio (R$ 4.435) correspondia a 71,3% do recebido pelos homens (R$ 6.216). Já entre os Profissionais das ciências e intelectuais, as mulheres tinham participação majoritária (63,0%) mas recebiam 64,8% do rendimento dos homens (IBGE, 2018).
Segundo Assunção (2011), a precarização e a terceirização do trabalho capitalista, tem cada vez mais o rosto de uma mulher, ou seja, o sistema do capital faz da super-exploração sobre a mulher um mecanismo importante para a sua reprodução e dominação, fazendo perpetuar as desigualdades e potencializando ainda mais as divisões entre homens e mulheres e entre toda a classe trabalhadora.
Nos dados acima do IBGE (2018) (ver gráfico 01 acima) vemos que os cargos mais altos e com melhores salários são ocupados majoritariamente por homens. Já as mulheres possuem salários inferiores aos dos homens e ainda tem maior percentual de participação em atividades de limpeza, tele-atendimento e entre docentes do ensino fundamental. Essas características do trabalho feminino no Brasil evidencia o alto grau de exploração e de precarização em que se encontram as mulheres brasileiras no mercado de trabalho.
Ao analisarmos os principais cargos desempenhados pela maioria das mulheres, pode-se inferir que tais funções colocam as mulheres numa posição de maior exposição ao vírus Sars-Cov-2, pois quanto maior a precarização do trabalho e menores os salários, maior se torna a vulnerabilidade do trabalhador no contexto da pandemia. Quanto mais precarizado o trabalho, implica numa maior circulação e exposição deste trabalhador, tornando-o mais exposto no contato com o público em geral e mais vulnerável com relação aos baixos salários. Um trabalhador precarizado dificilmente tem acesso ao trabalho remoto (“home-office”) e ainda não possui acesso ao transporte público seguro e de qualidade. Todos estes fatores tornam as mulheres alvos mais fáceis para o vírus Sars-Cov-2 devido à sua maior exposição ao vírus, ou seja, a precarização do trabalho implica também na precarização da vida humana, e no caso específico a maior precarização da vida da mulher. Vê-se assim, as relações de poder imbricadas dentro das relações de gênero, e que demonstram a exploração capitalista.
O trabalhador em geral vende o seu corpo e o seu tempo, recebendo em troca o seu mísero salário. Nesta forma de trabalho abstrato, o sujeito que trabalha se aliena, não sendo capaz de reconhecer a si mesmo no trabalho, transformando-se também em mercadoria e em objeto. O produto do seu trabalho também lhe é estranho. O processo de trabalho se torna fragmentado, não compreende o início, meio e fim da ação no trabalho. O trabalhador se especializa na sua função, não possui mais a visão holística sobre o seu labor. Sujeito e produto se transformam em mera mercadoria. Dentro destas relações no capitalismo, na exploração da natureza e na exploração do próprio ser humano, faz surgir o trabalhador-mercadoria. O homem e a mulher para sobreviverem se veem obrigados a vender a sua força de trabalho e recebendo em troca o seu mísero salário. Tudo o que se produz não é mais para satisfação das suas próprias necessidades humanas (valor de uso), mas para satisfação e deleite de um outro que o explora, um patrão desconhecido chamado mercado (valor de troca). Este mercado insaciável do capital é capaz ainda de se apropriar das diferenças de gênero, do machismo, da violência física e verbal contra a mulher, e do feminicídio existentes e enraizados na sociedade, e utilizando-os como instrumentos de maior dominação e de maior exploração sobre a mulher. As relações tóxicas e as relações de dominação sobre as mulheres tem suas raízes dentro das próprias relações de exploração capitalista, daí o aumento da violência contra as mulheres, a cultura misógina e o feminicídio em expansão junto com o chamado processo civilizatório do capital.
Bibliografia Consultada:
ASSUNÇÃO, Diana (Org.). A precarização tem rosto de mulher. São Paulo: Edições Iskra, 2011, 132 p.(Coleção Iskra Mulher).
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2018. Disponível em :<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/23923-em-2018-mulher-recebia-79-5-do-rendimento-do-homem>. Acesso em: 26/01/2021.
DOMINGUES, N. Novas pistas ajudam a esclarecer por que a covid-19 mata duas vezes mais homens que mulheres - estudos indicam que a genética feminina tem efeitos protetores contra o coronavírus. Jornal El País, jan. 2021. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/ciencia/2021-01-22/novas-ideias-para-saber-por-que-a-covid-mata-duas-vezes-mais-homens-que-mulheres.html>. Acesso em: 26/01/2021.
DIAS, R. Covid-19 atinge principalmente mulheres, mas mata mais homens, diz estudo da UFMG. Jornal Estado de Minas, 09/09/2020. Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/09/09/interna_gerais,1183974/covid-19-atinge-principalmente-mulheres-mas-mata-mais-homens-ufmg.shtml>. Acesso em: 26/01/2021.
O desespero pela sobrevivência nos alienia a cada dia mais. A concorrência suja nos faz escravos e cegas de tudo e de todos. Nos tornamos sim um trabalhador mercadoria. O mercado do capital apropria do racismo estrutural, mais e mais, não evolui nunca. As diferenças de gênero são apropriados pelos mais poderosos ("homens"). As mulheres são exploradas em todos os âmbitos e devido estar alienada, se deixa dominar por culturas ultrapassadas onde o machismo governa. Com certeza o grande número de mulheres que se contaminam é devido a exploração da mulher no dia a dia. Mulher é trabalhadora chefe de família, é mãe, é estudante e assim por diante. Se torna vulnerável ao buscar cuidados e proteção ao filhos, ao fazerem seus "deveres" domésticos, ao ir atrás de mais conhecimentos na busca de sua valorização e do seu sustento. Estão sim, cada dia mais expostas e mais vulneráveis nesse contexto de pandemia que estamos vivendo. Ana Leila Cardoso - Educação física/noturno.
ResponderExcluirAssim como o racismo estrutural é evidente na sociedade, uma outra característica da nossa sociedade é marcante: a exploração da mulher. Durante a pandemia houve um maior número de contágio nas mulheres, atrelado às condições de trabalho. Até hoje é comum vermos diferença entre salários de homens e mulheres para um mesmo cargo e carga horária, tendo o homem maior salário. Além disso, cargos altos são maioritariamente assumidos por homens. Nessa diferença, dentro do mercado capitalista, a mulher é explorada no trabalho, além dela ter por conta da cultura machista "obrigações domésticas". Dessa forma, a mulher hoje trabalha trocando suas horas por um serviço que é feito para alguma outra pessoa e ainda cuida da casa, ou seja, não há momento de satisfação pessoal. Por consequência, salários mais baixos proporcionam um menor acesso à transportes de qualidade e impossibilidade de trabalho home-office, resultando numa maior exposição à covid-19.
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ResponderExcluirSobre o texto, é um assunto muito interessante, pois devido ao isolamento a violência contra a mulher aumentou e isso só mostra como o nosso país trata as mulheres. As mulheres vem lutando pra conquistar seu lugar de direito mas ainda não se conseguiu esse lugar por completo, por isso ainda hoje pesquisas e estatísticas revelam e comprovam que as mulheres mesmo ocupando cargos igual dos homens recebem menos, ou que estas, devido toda a questão de gênero que existe no Brasil, ocupam cargos e trabalhos de menor visibilidade e pior remuneração. O que explica totalmente, o porque durante a pandemia a maior taxa de infecção era do sexo feminino. Mas a violência não para por ai, ela ocorre fisicamente, pois durante a pandemia, devido o isolamento mulheres tiveram que conviver com agressões constantes, pois os agressores estavam em casa sem poder sair, e o mesmo ela que não tinha pra onde ir. Portanto, existe a necessidade de se entregar o que ja é nosso, nossa liberdade, nossas oportunidades, nossa igualdade.
ResponderExcluirAluna: Alicy Moreira de Faria
O texto trás como o ser humano é frágil, como na pandemia as pessoas ficaram reféns da pandemia e tendo que criar novos hábitos, buscando sobreviver no meio do caos que se encontra o brasil, principalmente no sistema de saúde que está precário, e os conflitos da politica atualmente. Somos todos reféns das decisões dos governadores, presidentes e suas colocações podem trazer benefícios ou não,, todas as atitudes leva um consequência , como o desrespeito, e uma das vitimas mas atacadas são as mulheres desde a violência domestica, feminicidio, e a desvalorização da mulher na sociedade.
ResponderExcluirMILLENA SOUSA GOMES
O texto nos traz reflexões e equitação no que diz respeito aos discursões em torno da geopolítica da pandemia que envolve questões não apenas biológicas, genéticas ou sanitárias, mas sobretudo as questões sociais e de classe. Neste sentido é possível notar que o número de contagio pela Covid 19 e maior em mulheres do que em homens, mais existe alguns fatores que explicam esse fato, um deles esta relacionado com o sistema capitalista que impõe a hierarquia de gênero como forma de controle de opressão através do mercado de trabalho considerado que há uma superexploração da mão de obra feminina, que muitas vezes assumem os mesmos cargo que os homens mais ganham menos por isso, os principais cargos mais vulneráveis são ocupados por mulheres, isso evidencia um grande nível de exploração e precarização da mão da mão de obra Femina, fazendo com que as mulheres fiquem mais vulneráveis e expostas ao coronavírus.
ResponderExcluirRoxanne Andrade da Silva – Educação Física Licenciatura
O texto aborda um aspecto muito impostante sobre a luta da mulher na sociedade, mostrando que mesmo elas tendo mais acesso ao trablaho ainda não tem a mesma valorizão que os homens, outro fato é que além de ter a rotina dura de trabalho tem obrigaçoes domesticas e muitas das vezes sofrem preconceitos machistas.Diante disso tudo e pela desigualdade no mercado de trabalho a mulher tem que aceitar salarios baixos e diversos outros fatores devido a desvalorização e preconceito ainda existente.
ResponderExcluirAluno: Erick Araujo Machado
Diante do exposto no texto podemos perceber que há uma desvalorização no trabalho da mulher, sobretudo no trabalho da mulher negra. Esses fatores nos deixa evidente que o patriarcado ainda está muito atuante na nossa sociedade, com essa desigualdade os trabalhos que as mulheres realizam não são valorizados e não recebem a mesma quantia monetária pelo mesmo esforço feito pelos homens. Também devemos frisar que como muitos cargos que não possuem home office e que existe um contato muito grande com as pessoas pertencem as mulheres a chance de se contrair Covid nesses casos são bem maiores e esse problema vem atrelado ao pouco salario que faz com que muito dessas mulheres andem de transporte publico, aumentando ainda mais o risco de contágio.
ResponderExcluirO texto, é muito interessante,traz a realidade vivenciado todos os dias,a pandemia covid -19 nós traz também um pouco de volta á realidade as desigualdades sociais desemprego atinge principalmente as mulheres negras e violência contra elas, sofrem a discriminação no trabalho ,eram demitidos grande parte deles ,não somente no período da pandemia,agora são piores , [...O homem e a mulher para sobreviverem se veem obrigados a vender a sua força de trabalho e recebendo em troca o seu mísero salário...] puro verdade , o sistema capitalista é sistema exploração .
ResponderExcluirAluno: Lokenson Flerius
A crise do vírus da COVID-19 tem resultado em grandes declínios no emprego em diversos países do mundo, e os impactos têm se mostrado ainda mais acentuados para mulheres. Os desafios para ampliar a participação feminina no mercado de trabalho, que já eram significativos antes da pandemia, tornaram-se ainda mais críticos no contexto da crise. Vemos até hoje, uma diferença em relação aos salários de homens e mulheres no mercado de trabalho, mesmo ambos tendo a mesma carga horária e até a mesma função, além dos trabalhos em casa que acabam caindo sobre as mulheres, os tempos do cuidado e os tempos do trabalho remunerado se sobrepõem no cotidiano das mulheres, mesmo enquanto realizam outras atividades cotidianas. Além disso, a pandemia do coronavírus e as medidas que vem sendo tomadas para conter a disseminação do vírus trazem importantes desafios para as mulheres, tanto as previsões feitas no início da epidemia, quanto às notícias a partir do seu avanço trazem o aumento dos casos de violência contra as mulheres.
ResponderExcluirALUNO: GUILHERME YULE
A mulher se tornou mais vulnerável durante o período de pandemia, visto pela necessidade de isolamento social um aumento nos casos de violência doméstica e feminicídio no Brasil. Estudos apontam que a maior parte dos infectados por Covid-19 são do sexo feminino, isso pressupõe uma maior exposição ao vírus. Essa exposição se dá devido principalmente ao desvalio dado à mulher pelo mercado de trabalho, onde homens dominam historicamente e as mulheres ganharam espaço recentemente. Esse espaço estruturado pelo capitalismo, ainda é predominantemente machista e patriarcal, onde a diferença de gênero motiva uma desvalorização da mão-de-obra feminina, em salários, cargos e precariedade de funções. Além disso, mulheres em sua maioria possuem dupla a tripla jornada de trabalho, sendo obrigadas a trabalhar fora de casa e cuidarem dos filhos para ter uma vida minimamente digna. Esse sistema de ordem impõe para as mulheres serem mais fortes do que já são. A atual pandemia de Covid-19 escancara as diferenças que a sociedade espera para homens e mulheres, onde as mulheres são obrigadas a aguentarem o peso do papel imposto a elas sem nem mesmo a possibilidade de ter os direitos iguais aos dos homens. Penso que, como professore de Educação Física, ter consciência sobre a necessidade de discussão sobre papel de gênero e suas diferenças distorcidas e injustas de homens, brancos e em sua maioria heteros sobre os outros gêneros, pode minimizar essa estrutura desleal à uma sociedade mais justa. Seja essa discussão diretamente na escola ou indiretamente nos outros espaços ocupados por nós educadores.
ResponderExcluirAluno: Maycon Karllos Napolitano da Silva
Muitos problemas presentes em nossa sociedade acompanham a cultura como forma de se manter enraizado, como no caso do racismo estrutural que está presente na sociedade desde um princípio, se mantendo até os dias atuais e muito longe de ter um fim e isso acontece também no caso do machismo que, infelizmente, se encontra enraizado também desde um princípio, colocando as mulheres em lugares desvalorizados, em situações constrangedoras, em posições injustas e tantos outros acontecimentos. Até mesmo no caso de uma pandemia mundial, a qual deveria ser vivenciada por todos os seres humanos de forma igualitária, as mulheres são acompanhadas da injustiça, do descaso e do machismo.
ResponderExcluirAluna: Júllia Nery da Silva Alves.
ResponderExcluirÉ um tema importante para discussão uma vez que o gênero feminino representa uma constante luta na sociedade, em busca de se legitimar cortando as barreiras do patriarcado, assim, informações quanto o numero de mulheres infectadas serem maiores que a de homens, o aumento de violência contra mulher nesse momento de isolamento onde tinham que ficar em casa com seus agressores, a desvalorização do valor da mão de obra em vista ao gênero masculino e ainda onde a mulher alem de trabalhar fora de casa ainda possuem atividades domesticas, essas informações mostram e confirmam o quanto as mulheres vivem sobre dominação continua do capital e de suas relações sociais.
Dennize Luiza Oliveira
O texto expressa bem a sociedade que estamos inseridos, patriarcal e na maioria das vezes machista. As mulheres estão há muito tempo nesta luta de conquistar seus direitos de forma igualitária que os homens, mas ainda sim a diferença é muito grande. Mulheres que passam por longas jornadas de trabalho, ainda tem que manter seus lares e cuidar de seus filhos, enquanto lutam por um salário justo que deveria nos ser assegurado por direto. E infelizmente é toda essa estrutura social que acaba resultando a violência contra mulher e ao feminicídio.
ResponderExcluirAluna: Morghanna Chrystinne
A pandemia do Covid-19 apresentou graves impactos sociais que levaram a refletir sobre questões importantes na população brasileira. Nesse contexto, deve-se analisar como as mulheres sofrem consequências no atual cenário pandêmico. No Brasil, as mulheres representam uma minoria que é exposta em seu cotidiano a diferentes tipos de violência (verbal ou psicológica), assédio, desigualdade política, econômica e social. Isso acontece devido ao machismo e a misoginia enraizados na sociedade que tendem a desvalorizar o papel da mulher em qualquer outro cenário que seja prevalecido por homens. Por exemplo, na política, onde se encontra uma pequena parcela de participação de mulheres. Contudo, devido as pessoas terem que ficar mais em casa por causa da quarentena e lockdown, além dos trabalhos serem realizados em home office, observa-se que durante esse período da pandemia, a violência contra a mulher tornou-se mais frequente. Em decorrência disso, é necessário que seja realizado garantia dos direitos básicos das mulheres e seu bem-estar social a fim de atenuar tal problemática exposta.
ResponderExcluirAluno: Hiago Luiz Guimaraes Oliveira
Vários são as preocupações que a pandemia colocou no mundo, e infelizmente umas delas é a triste realidade de mulheres que acabaram sofrendo mais violências dentro de casa durante o tempo de isolamento. As mulheres também foram mais contaminadas que os homens, porém a taxa de mortes é maior entre os homens, o que leva a pensar por que isso ocorre. Uma sugestão seria pelo cromossomo X presente duas vezes nas mulheres, e até mesmo os hormonios femininos podem fazer parte da resposta mais eficaz sistema imunológico, mas também os cuidados das mulheres em tratar a doença de forma precoce pode fazer parte da resposta.
ResponderExcluirAluno: Matheus Ribeiro Teixeira
Apesar de muitas lutas e sofrimentos para conquistar um espaço minimamente digno na sociedade, a mulher ainda é menosprezada e explorada. Por isso a diferença grotesca de salários e reconhecimentos da mulher quando comparada com o homem, mesmo ocupando o a mesma posição no mercado. Após o texto analisar os principais cargos desempenhados pela maioria das mulheres, percebe-se que essas funções colocam as mulheres em uma posição de maior exposição ao vírus, pois quanto maior a precarização do trabalho e menores os salários, maior se torna a vulnerabilidade do trabalhador ou trabalhadora no contexto da pandemia. Quanto mais precarizado o trabalho, implica numa maior circulação e exposição desta pessoa que está trabalhando, tornando-a mais exposta no contato com as pessoas em geral e mais vulnerável com relação aos baixos salários.
ResponderExcluirAluna: Ana Isabela Ramos Malheiro
O texto aponta que as mulheres estão com a taxa de contagio maior que a dos homens em relação a COVID 19, tendo em vista que as mulheres possuem cargo mais baixos que os homens, como faxineiras, cozinheiras e entres outros cargos que estão sujeitas ao um risco maior de contagio, já os homens possuem cargos superiores onde não á muito risco, como administração, gerencia e presidência, áreas de pouco contato e pouca exposição. Nesse caso falta assistência a essas mulheres que são de classe pobre e que recebe apenas um salario mínimo. Tinha que ter mais cuidado com essas mulheres que trabalha se expondo mais, por limpar sanitários em empresas, escolas e entre outros, tinha que ter uma certa assistência para evitar o contagio.
ResponderExcluirAluna: Hallerandra Nahra Oliveira Brito
O texto demonstra que as dinâmicas de vida e trabalho das mulheres se contrapõem ao discurso de que “a economia não pode parar”, mobilizado para se opor às recomendações de isolamento social. Os trabalhos necessários para a sustentabilidade da vida não pararam – não podem parar. Pelo contrário, foram intensificados na pandemia. A pesquisa indica como as desigualdades raciais e de renda marcam a vida e o trabalho das mulheres na crise do novo coronavírus, assim como a diversidade de experiências de mulheres rurais e urbanas.
ResponderExcluirAluno: Rafael Lemos de Araújo 8º período matutino
Mesmo com muitas lutas e momentos de opressão feminino durante todo período da história a mulher ainda não tem a total igualdade entre gêneros, sendo desvalorizada e menosprezada. O texto enfatiza isso, e também a relação da mulher com a pandemia tendo um maior índice de contágio mesmo tendo também um sistema imunológico melhor que o do homem, como o próprio texto indica a relação entre cromossomos. É importante evidenciar o fato de que o índice de violência domestica aumentou drasticamente, devido ao isolamento as mulheres eram submetidas a situação de violência familiar verbal e física.
ResponderExcluirAluna: Izadora Teles Carvalho
O texto evidencia uma relação de machismo que já que permeia em nossa sociedade a muitos anos. Mostra que a mulher apesar de possuir um sistema imunológico melhor que o do homem, possui a maior taxa de contagio e contaminação, por estarem reféns de um mundo de trabalho machista em que ocupam cargos de maior vulnerabilidade ao vírus, enquanto homens possuem o privilegio de não se exporem tanto quanto as mulheres, isso pensando em uma sociedade machista.
ResponderExcluirAluno: Gabriel Montalvão Tavares
O texto evidencia como o machismo, infelizmente, está presente em toda e qualquer situação com as mulheres. Mulheres sendo maior alvo do COVID devida maior exposição nos ambientes de trabalho, mulheres recebendo menor salário desempenhando a mesma função que homens, mulheres trabalhando mais horas que homens na mesma função, mulheres sofrendo violência doméstica, mulheres sofrendo feminicídio. Isso acontece todos os dias. Com a quarentena devido à chegada do Coronavírus no Brasil, as pessoas tiveram de passar maior tempo em casa, e com isso os casos de violência contra a mulher e feminicídio aumentaram exponencialmente.
ResponderExcluirSão demonstrações diárias de como a mulher sofre na sociedade, principalmente se tratando de Brasil. É extremamente triste viver com medo diariamente, seja na rua, em casa ou em qualquer lugar. Infelizmente a realidade num país machista é assim.
Aluna: Maria Clara Colnaghi Abdalla
Muito bom o texto! É importante falarmos sobre isso, o quanto somos frágeis, o quanto tivemos que nos transformar nessa PANDEMIA, criar novos hábitos, proibir outros e por assim vai... Foram abordados temas muito importantes que vivemos, estamos vivendo e ainda vamos viver. A discussão sobre o gênero feminino representa uma grande luta para nós mulheres, visto que nesta PANDEMIA os casos de violência contra as mulheres aumentaram ainda mais, consequentemente por passarem mais tempo confinadas dentro de casa com seus parceiros, as mulheres tiveram mais casos de covid do que homens, vivemos num país onde existe desvalorização do trabalho feito por uma mulher, tudo isso só deixa claro o quanto as mulheres vivem se submetendo ao que o capitalismo impõe. Estamos tentando sobreviver neste mundo caótico em que vivemos, onde muitos não acreditam em ciência, onde muitos resistem a vacina e não a doença, onde o governo não representa sua população. Estamos vivendo conflitos terríveis na política, estamos reféns de um governo e uma PANDEMIA.
ResponderExcluirAluna: GEOVANNA LISSA
Não apenas o racismo estrutural são um problema da sociedade capitalista, mas também o machismo. O texto aborda isso muito bem ! Mostrando a realidade que foi evidenciada pela pandemia. Outro detalhe muito importante descrito refere-se ao fato de como todos vendem o a sua força de trabalho deliberadamente e por conta da manipulação existente pela sociedade capitalista, nem mesmo percebem.
ResponderExcluirAs mulheres em si, até mesmo em condições melhores e mais capacitadas, recebem menos que os homens. O texto mostra assim a questão do machismo, embora muito retrógrado, ainda é existente em nosso meio. O texto mostra ainda como as mulheres são mais afetadas pelo vírus. Isso se deve por conta de ainda estarem em cargos inferiores quando comparadas aos homens .
Ass_ Alex Pereira de Souza
Excluir"Na sociedade capitalista, o trabalho está na origem de toda degenerescência intelectual e de toda deformação orgânica" (LAFARGUE, 1977, p.11).
ResponderExcluirÉ notório as diferenças existentes de acordo com a classe social, mas não só ela, a cultura, sexo, região, religião, entre outros interferem significativamente no modo de vida do individuo. Essa interferência também se fez ainda mais revelada na pandemia do novo Coronavírus, de acordo com dados presentes no texto estudado as mulheres representaram o maio numero de contaminadas, entretanto o óbito foi maior em pessoas do sexo masculino. Este dado pode ser analisado observando as diferenças sociais do nosso país. Outro dado mostra os cargos ocupados por mulheres e homens no mundo do trabalho, aos homens estão direcionados os cargos de maior remuneração, em contrapartida as mulheres estão presentes em sua maioria em cargos de menor remuneração, como secretarias do lar, professoras do ensino básico e serviços gerais. A contaminação do novo coronavírus reflete nesses detalhes, mulheres de baixa renda com trabalhos que não se encaixam na modalidade home office precisaram sair de suas casas durante a pandemia, ficando "cara a cara" com os riscos de contaminação.
Além do risco de contaminação ao sair de casa a pandemia também revelou o sofrimento de algumas mulheres ao ficar em casa. A violência contra a mulher não começou na pandemia, porém o número de denuncias aumentou nesse período, a permanência de algumas mulheres em casa seguindo as recomendações sanitárias juntamente com seus agressores por um período maior aumenta a frequência das agressões.
Aluna: Ana Beatriz Marques Guimarães
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