quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Racismo, Trabalho e Pandemia.

 


(Escrito por Renato Coelho)


Em plena pandemia do novo coronavírus temos assistido a multiplicação de manifestações anti-racistas em vários países do mundo, e não é por menos, pois com o surgimento da pandemia houve também um aumento exponencial da violência contra os negros, indígenas e mulheres. A pandemia não somente tem escancarado a existência do racismo estrutural na sociedade capitalista, assim como também tem feito aumentar a exclusão e a morte de negros.

Temos como exemplos emblemáticos a morte brutal do trabalhador norte americano George Floyd na cidade de Minneapolis em 2020, assassinado por agentes da polícia local. E mais recente a morte do soldador João Alberto no interior de um hipermercado em dezembro de 2020 na cidade de Porto Alegre no Brasil,  também morto covardemente por agentes de segurança. Ambas as mortes demonstram a existência de um racismo estrutural na sociedade, onde o negro é sempre tratado de forma discriminatória, desumana e com ações violentas, recebendo um tratamento diferenciado e desproporcional em relação aos brancos.

 Durante toda a pandemia foi constatado um número gigantesco de contágios e de mortes por covid-19 no Brasil, sendo computados até o momento cerca de 611 mil mortes e  mais de 22 milhões de contágios (www.saude.gov.br). Esses números são absurdamente altos, mesmo sabendo que as estatísticas oficiais são todas subnotificadas. Tais números na verdade evidenciam e demonstram um extermínio de classe no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus, onde pobres, desempregados, ambulantes, negros, idosos e índios são as maiores vítimas da covid-19. Sabemos ainda que todas essas mortes se devem essencialmente à falta de assistência médico hospitalar às vítimas da covid-19 e à total ausência de políticas prevenção e de mitigação contra os novos contágios. Não somente no Brasil, mas em todo o mundo, sejam em países ricos ou pobres, o atendimento médico hospitalar se transformou apenas em negócio, onde a saúde humana sempre foi tratada apenas como mercadoria e vendida por um alto preço por empresas de planos de saúde, farmácias, indústrias de remédios, redes de hospitais e fabricantes de vacinas, ficando os pobres e trabalhadores totalmente excluídos do acesso ao atendimento de saúde (ver gráficos 01 e 02 abaixo IBGE PNAD 2020) Toque no gráfico para ampliação.

 


 Gráfico 01 – Busca por atendimento de saúde pela população com sintomas da covid-19 no Brasil (fonte: https://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/saude.php). Toque no gráfico para ampliação.


No gráfico 01 acima observamos que apenas 2 milhões de pessoas com sintomas de Covid-19 no Brasil buscaram atendimento médico-hospitalar. Em contrapartida, segundo o gráfico 02 abaixo, 6,3 milhões de pessoas com sintomas da Covid-19 não buscaram atendimento de saúde. As estatísticas comprovam que a ausência de atendimento de saúde às vítimas da pandemia no Brasil é uma realidade alarmante e causa influência direta no grande quantitativo de mortes no país causado pela pandemia do novo coronavírus.




Gráfico 02 – Providências tomadas por aqueles que não buscaram por atendimento de saúde e que apresentavam sintomas da covid-19 no Brasil (fonte: https://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/saude.php).  Toque no gráfico para ampliação.

 

O sistema capitalista não possui nenhum compromisso com a qualidade ou acesso à saúde pelos trabalhadores em geral. E quando a saúde das pessoas se transforma apenas em mercadoria, o que se vislumbra no presente é a exclusão e o extermínio de classe entre os trabalhadores pobres em todo o mundo, seja em países ricos como os EUA ou em países pobres, como no caso do Brasil. Mesmo possuindo um sistema público e gratuito de saúde (Sistema Único de Saúde – SUS), que atende uma grande parte da população mais pobre e carente, que não possui condições de pagar um plano de saúde privado, a pandemia contabiliza milhares de vítimas entre a classe mais pobre. Tal sistema público brasileiro, o SUS, encontra-se atualmente sucateado, com precarização das condições de trabalho e ainda com baixa remuneração dos trabalhadores da saúde. Diante desta triste realidade, não podemos nunca dizer que a covid-19 é uma doença “democrática”, pois ela atinge de forma distinta, as diferentes classes sociais, porém, com impactos, consequências e índices de mortalidade bastante diferenciados (ver gráfico 03 abaixo). No gráfico abaixo do IBGE PNAD 2020 (Toque no gráfico para ampliação) podemos analisar que a maior parte das pessoas contaminadas pelo novo coronavírus no Brasil possuem um rendimento familiar per capta inferior a dois (2) salários mínimos. Já a população com renda superior a quatro (4) ou mais salários mínimos per capta foi a que menos se contaminou pelo vírus Sars-Cov-2. Quando se observa e analisa os números da pandemia no Brasil, vê-se claramente que a pandemia é capaz de desmascarar mazelas e injustiças latentes no seio da sociedade brasileira, como as disparidades e abismos sociais, a violência de gênero e ainda o racismo estrutural.



Gráfico 03 – Distribuição dos casos positivos de covid-19 por faixa salarial. (fonte: https://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/saude.php). Toque no gráfico para ampliação.


Em outubro de 2020 o Brasil ultrapassou a marca de 600 mil mortes por covid-19 e com mais de 20 milhões de contágios, ficando atrás somente dos EUA em termos numéricos. Estes não são apenas números, a covid-19 é um agente social, e por trás desta complexa e macabra  matemática dos números na pandemia, existem nuances, significados e sentidos em que apenas a matemática não é capaz de explicar sozinha, pois exige um olhar mais acurado e interdisciplinar para uma situação grave de pandemia.

Segundo a OMS, o índice estimado de letalidade do novo coronavírus no mundo é de 0.6%, ou seja,  para cada grupo de 1.000 contaminados, 6 pessoas acabam indo a óbito. Este índice é considerado altíssimo, e demonstra que o vírus é altamente mortal. Para se ter uma ideia, o vírus da gripe A (H1N1) na pandemia de 2009 possuía um índice de letalidade igual a 0,01%. O índice de letalidade pode variar de região para região e também pode alterar em distintas fases da pandemia. O número de pessoas contaminadas pelo vírus Sars-Cov-2 no Brasil é muito grande, porém, o percentual de letalidade não é igual para todos os grupos de pessoas infectadas. Observou-se que o percentual de mortes entre pessoas negras internadas com a covid-19  é maior do que em brancos também internados. Constatou-se também que a mortalidade entre pacientes de hospitais públicos no Brasil que tratam da covid-19 é bem maior do que em hospitais privados.  A explicação para essas diferenças não se dá através da genética destes pacientes, mas sim através de suas origens de classe social.  

Pesquisas recentes divulgadas pelo NOIS (Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, 2020) da PUC do Rio de Janeiro (https://sites.google.com/view/nois-pucrio), constataram que mais da metade dos negros internados por Covid-19 em hospitais no Brasil morreram. Segundo estes estudos, foram analisados 29.933 casos de covid-19, deste total 8.963 eram negros e 54,78% deles morreram. Na mesma pesquisa dos 9.998 brancos internados 37,93% morreram com diagnóstico de covid-19. Analisando os números da pesquisa, pessoas negras entre 30 e 39 anos, tem 2,5 vezes mais chances de morrerem ao serem internadas por Covid-19 do que pessoas brancas da mesma idade (ver gráfico 04 abaixo). Toque no gráfico para ampliação. A explicação da origem destas disparidades numéricas se dá através do chamado racismo estrutural existente no Brasil que promove as diferenças sociais entre pessoas brancas e negras no país. Pesquisas realizadas nos EUA também apontam um índice maior de letalidade pela covid-19 entre negros daquele país.



Gráfico 04 – Percentual de óbitos ou recuperados por raça/cor (fonte: https://sites.google.com/view/nois-pucrio). Toque no gráfico para ampliação.

O racismo estrutural existente no Brasil é o responsável pelos tristes e nefastos números da pesquisa acima. Por mais de 500 anos os negros no Brasil sofreram e ainda sofrem discriminação e exclusão aos meios de acesso ao trabalho, saúde, lazer, estudo e moradia. A herança escravocrata, as imensas desigualdades de classe e a legitimação do racismo e da miséria pelo sistema capitalista, são os principais promotores da alta de letalidade por covid-19 entre os negros brasileiros. Obviamente que as pessoas negras no Brasil que possuem menor acesso às políticas públicas de saúde com qualidade, à moradia digna, ao saneamento básico, e que possuem menores salários e renda do que os brancos,  que tem maiores dificuldades de acesso à escola e ao ensino superior, que são também excluídas do lazer e de uma alimentação completa e de qualidade em comparação com os brancos, consequentemente terão maiores comorbidades como pressão alta, diabetes, sobrepeso e várias outras doenças que podem agravar o estado de saúde ao contrair o novo coronavírus, aumentando assim o chamado índice de letalidade em relação à covid-19.

Pretos e pardos no Brasil possuem o maior índice de letalidade da covid-19 em internações, e também segundo o IBGE, formam a maioria dos trabalhos de menor remuneração, o que evidencia mais uma vez a questão do racismo estrutural no Brasil e a sua relação com a pandemia, já que as pessoas mais expostas são aquelas que exercem trabalhos mais precarizados, como vendedores ambulantes, vigias, atendentes, balconistas, entregadores e etc., e estas são as que possuem maior facilidade de serem contaminadas pelo vírus e adquirirem a covid-19. Enquanto uma minoria de classe mais alta faz o chamado trabalho remoto de suas casas, a maioria formada pelos mais pobres é obrigada a trabalhar no “front” da pandemia, usando diariamente o transporte coletivo, trabalhando nas ruas, supermercados, nas indústrias e no comércio em geral, possuindo as funções ou cargos de entregadores de aplicativos, vigias de supermercados, motoristas de ônibus, funcionários de limpeza, balconistas, operadores de telemarketing, operários, garis, vendedores ambulantes e etc.


Tabela 01 - Relação de mortalidade por covid-19 e renda familiar na cidade de São Paulo (OBSERVATÓRIO COVID-19 BR, 2021).

Na tabela acima (OBSERVATÓRIO COVID-19 BR, 2021) vemos a relação de mortalidade por covid-19 segundo a distribuição de renda no município de São Paulo. Observa -se nesta tabela que  na medida em que se aumenta a pobreza (menor o salário) o risco de óbito por covid-19 aumenta, chegando a ser duas vezes maior entre a população mais pobre.


Tabela 02 - Relação de mortalidade por covid-19 e número de moradores por domicílio na cidade de São Paulo (OBSERVATÓRIO COVID-19 BR, 2021).

Na tabela 02 acima (OBSERVATÓRIO COVID-19 BR, 2021) tem-se a relação do número de moradores por domicílio  (densidade domiciliar) e a mortalidade por covid-19. Notamos na tabela que a medida em que se aumenta a densidade domiciliar a mortalidade também aumenta de forma significativa, chegando a ser a mortalidade 62% maior em domicílios com mais moradores residentes em comparação com domicílios com média inferior a 2,7 moradores por casa (ver tabela 02).

A pandemia escancara as injustiças sociais no Brasil, colocando em evidência o racismo estrutural brasileiro e as suas consequências. O Brasil é  um dos países mais racistas do mundo, o vírus Sars-Cov-2 não matou de forma igual e democrática, o vírus carrega a marca das injustiças e misérias sociais como o racismo, e acaba matando mais os trabalhadores pobres e também os trabalhadores pretos, que são as principais vítimas da exclusão social e também agora as principais vítimas da pandemia.

 

                                        Bibliografia 

                                  

OBSERVATÓRIO COVID-19 BR.  O impacto da desigualdade na mortalidade por covid-19. Em: <https://covid19br.github.io/analises.html?aba=aba6> . Visualizado em: 17/05/2021.


29 comentários:

  1. A discriminação e a exclusão de negros e pobres no Brasil foi sofrida e é sofrida ate dias atuais. Essa herança escravocrata está impregnada na humanidade. Por mais que se tente a liberdade ela vive como um ranso em nós. Os negros e pobres sofrem as desigualdades de classes, e a miséria do sistema capitalista. Isso promoveu em relação ao9 covid 19 alta mortalidade. A precarização do trabalho deixou as pessoas mais expostas e com maior facilidade de contaminação e disseminação do novo coronavírus. Os trabalhadores de frente, como vendedores ambulantes, vigias, atendentes, balconistas, entregadores e outros mais tiveram maior facilidade de contaminação sendo os mesmos mais propícios a comorbidades e assim o maior índice de letalidade em relação ao covid 19. Lembrando também que em todo o sistema de saúde pública isso já é fato antigo, mas sim, a pandemia escancarou realmente as injustiças no Brasil, país sim, muito racista. Com a ausência das políticas de prevenção e a forma mercenária que se torna o país com a pandemia, a disparidade cria ainda mais mecanismos de distinção entre as pessoas. Tudo se torna negócio, nos tornamos mercadorias. Tudo se transforma em meios de ganhos financeiros numa exploração total. Os mais favoráveis tira proveitos em cima dos mais fracos, sofridos e vulneráveis. O governo não se preocupa com a qualidade e o acesso a saúde e as pessoas perdem suas vidas sem dignidade alguma. O sentimento que tomou conta de todos se chama medo. Medo esse com duas opções, ou você enfrenta a doença que devasta o mundo e corre o risco de se contaminar e morrer, ou você se esconde para se proteger da doença e morre de fome. Cabe a cada um decidir. (Ana Leila Cardoso - Ed. Física/noturno)

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  2. O texto demostra claramente característica do Racismo estrutural de uma sociedade capitalista em relação a covid 19, é possível notar o grande índice de discriminação e exclusão dos negros e indígenas em relação aos brancos. Apesar da Covid 19 não escolher classe, gênero entre outras características do ser humano, notamos a letalidade de número maio dessas pessoas que possuem menos acesso as politicas publicas de saúde, pessoas essas negros e indígenas, da classe trabalhadora. E de extrema urgência o desenvolvimento de politicas publicas que visem o acolhimento dessas pessoas que além de sofrerem com a exclusão social ao longo da história da humanidade, são as principais vítimas da pandemia, essas pessoas merecem o respeito e cuidado de forma igual a qual quer outro, identepente de sua classe social ou cor, pois estamos lidando com vidas.
    Roxanne Andrade da Silva - Educação Física/Noturno

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  3. Durante a pandemia vimos varias discussões virem a tona justamente devido a visivel desigualdade que existe, no qual os mais contaminados foram os trabalhadores, que possuem baixa renda e sem auxilio não podem ficar em isolamento e consequentemente estes em grande parte eram negros e indigenas, grupo social excluido. Algo interessante de se observar e discutir tambem é justamente a busca por atendimento medico, pois isso se reflete diretamente na vacinação, onde muitas pessoas não vacinaram por falta de flexibilidade nos horarios e espaços de vacinação, pois no geral os postos de vacinação só funcionam em horarios no qual essa parte da população trabalhadora esta em seus serviços. O racismo estrutural é escondido e jusificado pela classe em que a maioria ocupa, mas estes só estão neste lugar porque durante muito e muito tempo eles foram colocados la , num lugar de inferioridade, de escravidão e inacessibilidade de direitos.
    Aluna: Alicy Moreira de Faria

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  4. Observamos como o racismo estrutural ainda este presente em nossa sociedade mesmo diante de tantas lutas, ainda com o efeito catástrofe da pandemia em nosso país onde infelizmente tivemos um número alto de mortes e contágios que também nos mostrou a outra face de um país, onde se caminha para o aumento da desigualdade sendo que as maiores vitimas do COVID foram pobres, desempregados, ambulantes, negros (percentual de pessoas negras internadas e que vieram a óbito é maior que em brancos), idosos e índios que não tiveram necessariamente e essencialmente a assistência medica hospitalar, assistência médica essa que não somente no Brasil mais em todo o mundo virou politicagem tratando as vidas humanas como mercadoria como relatado pelo autor (COELHO, 2021).
    Ainda levando em consideração que pobres pretos e pardos na questão do racismo estrutural possuem mais exposição ao covid uma vez que é uma parcela que possuem trabalhos mais precarizados e presencial logo se tem comprovados em dados que foram as maiores vitimas do virus, enquanto a minoria na classe alta realizavam seus serviços de forma remota conseguindo seguir os protocolos de segurança, assim, fica claro as injustiças sociais ainda presentes e escancaradas no Brasil.
    ALUNA : DENNIZE LUIZA

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  5. Existe uma desigualdade racial na inserção em postos de trabalho no mercado de trabalho, onde pessoas negros e indígenas enfrentam inúmeras dificuldades para conseguir uma boa colocação e geralmente conseguirem inserção em postos de trabalho menos protegidos e mais vulneráveis, esse cenário já existia antes da pandemia, tendo a situação agravada pela disseminação do vírus. A taxa de desocupação entre esses trabalhadores é sempre maior, mas a pandemia conseguiu criar ainda mais adversidades para essa população. Em situação vulnerável de renda, moradia, sem possibilidade de aderir ao isolamento, necessário para evitar a propagação do coronavírus, foram obrigados a continuar a busca por trabalho diante da necessidade de sobrevivência, em longos deslocamentos dentro de transportes públicos nas grandes cidades.

    ALUNO: GUILHERME YULE - EDUCAÇÃO FÍSICA MATUTINO

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  6. A pandemia foi devastadora para todos, o vírus da Covid-19 deixou estragos em todos os setores, desde a saúde até a comercialização, mas nos mostrou como nosso pais é discriminatório, desumano e tem tratamentos diferenciados e desproporcional, levando a uma porcentagem grande de mortes nas classes baixas do pais a serem mais atingidas pelo vírus, exterminando as classes, devido aos órgãos de saúde estar precários como o sistema único de saúde( SUS ), que atende as classes que não tem condições de pagar um plano de saúde. A pandemia desmascarou a disparidade e abismo sociais, violência de gêneros e ainda o racismo, essas diferenças pode ser vistas nas mortes de negros e brancos na pandemia, onde os negros que entraram nos hospitais foram mais do que os brancos que estavam nos hospitais. Sabemos que cada lugar o vírus se manifesta de uma forma e sua letalidade, independentemente de suas classes, mas as classes mais baixas foram mais atingidas por não tem o acesso a saúde e quando vai está lotado os hospitais, deixando os a mercê da morte por não ter condições de ir ao um hospital particular.
    Todos os problemas que foram aparecendo , já existia, só foram desmascarados, pois o preconceito aos gêneros e o racismo acontecia diariamente, mais a pandemia agravou as situações e deixando estas pessoas com mais dificuldades de enfrentar o dia a dia e mais vulneráveis, mais não era para ser assim pois somos todos iguais e temos e devemos ter os mesmos direitos independentemente suas condições e suas escolhas.
    Millena Sousa Gomes

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  7. A pandemia escancarou o que já existia: desigualdade de classes e o racismo estrutural. Numa sociedade onde saúde e vida são mercadoria, aqueles que possuem melhores condições financeiras conseguem enfrentar a covid-19 de forma mais eficaz do que aqueles menos favorecidos. Tem-se uma diferença entre a taxa de morte em hospitais públicos comparados aos hospitais particulares, e uma diferença na taxa de morte entre negros e brancos. Ou seja, o vírus não é democrático, os indivíduos que ganham menos de de dois salários por mês possuem menor chance de sobrevivência devido a hospitais públicos sucateados e trabalho presencial, tendo que enfrentar ônibus lotados e entrar em contato com muitas outras pessoas. As diferenças nesta realidade nos fazem questionar: quanto vale uma vida?

    Ass: Nicolas Molina Linhares

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  8. A desigualdade social, o racismo estrutural e a desigualdade de classes, assombra a nossa sociedade desde um princípio, anos após ano buscamos melhorar essa situação com raríssimos momentos de apoio por parte do governo. Até que chega no ano de 2020, a pandemia do coronavírus que escancara e evidencia todos esses fatores já sofridos pela sociedade. As pessoas foram obrigadas a parar de trabalhar, fechar comércios e se encontraram em uma situação desesperadora que estaria longe de obter uma conclusão. Dentro desse contexto, foi ficando mais rotineiro o retorno e a continuação de todas as mazelas da sociedade, a fome, o desemprego, a miséria e a as classes altas e médias se manteriam com pouco prejuízo, ou até mesmo intactas, deixando o restante da população na mão de um governo incompetente.
    Aluna: Júllia Nery da Silva Alves /8°período.

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  9. Afinal, quanto maior a diferença econômica entre as classes, o resultado sempre vai ficar assim, Já Karl Marx, entende que existem duas grandes classes: a trabalhadora (proletariado) e os capitalistas (burguesia). Enquanto os trabalhadores se importam em sobreviver, os capitalistas se preocupam com o lucro. E, assim, criam as desigualdades e os conflitos sociais, como a opressão e a exploração. podemos dizer pobres negros sempre ficar marginalizado são principais vítimas da exclusão social,a pandemia (covid-19 ) é um exemplo mais claro, no mundo todo não somente no Brasil, os negros pobres sofrem mais.
    Aluno: Lokenson Flerius

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  10. A crise passada pela pandemia mostra que a desigualdade social está presente na sociedade, isso é visto na saúde onde pessoas que tem menores condiçoes acabam sem estrutura para superar covid-19, diferente da classe que tem maiores condições e estrutura para tratamentos e qualidade de vida, mostrando que deveria ter mais iniciativas e respeito ao ser humano em questoes de igualdade e os mesmos direitos para todos, tanto na saúde que é muito impostante mas também em diversas outras areas como trasporte, segurança e lazer.
    Aluno : Erick Araujo Machado

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  11. A pandemia nos mostrou várias inconsistências que a nossa sociedade vive, uma delas é o racismo e as violências que as pessoas negras sofrem que só agora ganharam grande evidencia. Entender que as pessoas negras além de lutarem diariamente para alcançar o seu espaço dentro da sociedade e ter que lidar com isso lutando contra um sistema excludente que tem sempre os seus preferidos e não deixa espaço para todas as pessoas mostrarem o seu devido valor é muito difícil e desgastante, com a pandemia intensificou ainda mais os problemas, porque o que já era difícil de lidar no dia a dia piora com a chegada do Covid - 19. Os trabalhos braçais e menos valorizados pela sociedade estão, em sua grande maioria, ocupados pelas pessoas negras o que faz com que essas pessoas saiam de casa em tempos pandêmicos para poder garantir o seu sustento e essa é a pior das violências que se pode ter contra as pessoas negras.

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  12. Quando analisamos a relação da pandemia, trabalho e o racismo nos deparamos com uma realidade espantadora das desigualdades sociais tão presente na sociedade brasileira. A pandemia não só nos mostrou a fragilidade dos sistemas de saúde, mas nos mostrou as marcas de injustiça na nossa sociedade e as misérias sociais como o racismo. As evidências nos mostram que a maioria dos negros tem morrido nesta pandemia, isso porque se encontram em trabalhos mais precarizados correndo riscos, enquanto os sujeitos que possuem mais poder aquisitivo se encontram mais seguros trabalhando no conforto da sua casa, o que evidencia o racismo estrutural brasileiro. Isso serve para nos alertar em qual sociedade estamos inseridos, uma sociedade que deveria ser democrática disponibilizando a todos os mesmo direitos e acesso a saúde, na verdade protege os mais ricos, enquanto os mais pobres se arriscam para sobreviverem em suas famílias, fazendo o trabalho mais precário.
    Aluna: Morghanna Chrystinne

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  13. Cada vez mais é possível ver o tamanho da desigualdade social, onde os mais pobres estão a beira de passar fome, com alguns passando fome e faltando necessidades básicas para sobreviver. O estado mínimo desejado por muitos que se dizem preocupados com a nação, não tem possibilidades de existir, principalmente com tamanha desigualdade onde cerca de 5 pessoas concentram a riqueza que equivale a riqueza que 100 milhões de brasileiros tem. É notório a necessidade de um estado presente, que possibilite as pessoas oportunidades iguais, onde se defenda matérias básicas nas escolas para os jovens, como filosofia, sociologia e Educação Física. O estado também de oferece a todos condições de trilhar os caminhos da universidade, onde o mesmo futuramente possa contribuir com o país em pesquisa, ciência e etc.

    Aluno: Matheus Ribeiro Teixeira

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  14. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 6,3 milhões de brasileiros que apresentaram sintomas da Covid-19 não buscaram atendimento de saúde. Por meio desse dado podemos relacionar que isso acontece porque a acessibilidade à saúde ainda é escassa nas comunidades de baixa renda, onde, também se encontram o maior número de pessoas pretas e pardas, dessa forma, observa-se uma negligência do Estado nessas regiões. De maneira análoga, a pandemia agravou e evidenciou graves problemas sociais já existentes na sociedade brasileira, como a falta de infraestrutura na saúde pública, a desigualdade social e o racismo. Em decorrência disso, são necessárias, mais do que nunca, políticas públicas que sejam focadas para esses grupos mais vulneráveis, para garantir que os recursos sejam fornecidos às pessoas mais necessitadas que, consequentemente, a sociedade poderá ter uma maior capacidade de gestão, necessárias para promover e otimizar a saúde e o bem estar de toda a população.

    Aluno: Hiago Luiz Guimaraes Oliveira

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  15. O texto mostra com clareza as características do racismo estrutural da sociedade capitalista relacionadas à COVID 19, sendo possível perceber o enorme índice de discriminação e exclusão entre negros e indígenas. Embora Covid 19 não tenha selecionado classe e gênero percebemos que o grande contingente de pessoas da classe trabalhadora que não tem acesso às políticas públicas de saúde apresenta alto índice de letalidade. É iminente a formulação de políticas públicas voltadas para o acolhimento dessas pessoas que, além de socialmente excluídas ao longo da história da humanidade, são também as principais vítimas da pandemia.

    Aluna: Ana Isabela Ramos Malheiro

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  17. O texto mostra a realidade do racismo em relação á COVID 19, sobre os maus tratos, a falta de cuidado com as pessoas pardas e negras, por não terem a assistência que precisão, pois aqui no Brasil a maior taxa de pobres e desempregados é dos negros. A falta de acolhimento dessas pessoas, falta de vagas nos hospitais, falta de atendimento, isso tudo esta fazendo com que a porcentagem de pessoas pardas e negras sejam maior que a porcentagem das pessoas brancas no numero de mortes pela COVID 19. É triste ver como o Brasil e o mundo ainda não mudou em relação ao racismo.

    Aluna: Hallerandra Nahra Oliveira Brito

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  18. Nos dias atuais existe desigualdade racial na inserção e ocupação de postos de trabalho no mercado brasileiro, onde negros e negras enfrentam mais dificuldades do que os brancos para conseguir uma colocação, além de terem menores rendimentos e, geralmente, conseguirem inserção em postos de trabalho menos protegidos e mais vulneráveis. Deixa explícito também que esse cenário já existia antes da pandemia, tendo a situação agravada pela disseminação do vírus.

    Aluno: Rafael Lemos de Araújo 8º período matutino

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  19. A pandemia demonstrou e demonstra como as políticas públicas, mesmo que para o povo, ainda deixa a desejar. Também mostra como o racismo estrutural está presente no momento atual mundial sobre a COVID. Muitas pessoas precisam do SUS pois não tem condições de ter um plano de saúde particular, portanto, ocorre a superlotação em postos, hospitais, unidades básicas de saúde, fazendo com que muitas pessoas não tenham sequer a oportunidade de um atendimento e por vezes acabam até morrendo na fila de espera.
    Muitas pessoas também não pararam de trabalhar presencialmente com o início da pandemia, fazendo com que elas ficassem mais vulneráveis ao vírus e com maiores possibilidades de contrair a doença. Na maioria das vezes, isso acontece porque não há a possibilidade de ficar sem trabalhar, ou então ficam sem comida na mesa e sem moradia. Essa infelizmente é a realidade, e o governo não se preocupa em dar dignidade ao povo.

    Aluna: Maria Clara Colnaghi Abdalla

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  20. Quando falamos sobre o Covid-19 notoriamente refletimos sobre o alto índice de mortes que ocorreu. Mas, uma reflexão importante que é pouco feita é exatamente essa, de refletir sobre quem realmente foi afetado, de quem passou fome, ficou sem condições mínimas de moradia e ainda tinha que respeitar normas sanitárias. Levando em consideração pessoas que mal conseguem tomar um banho por dia, seja para economizar agua ou ate mesmo a falta de sabonete, como essa pessoa conseguiria lavar a mão 24 horas por dia? Além disso, outra reflexão importante é mediante aos dados de óbitos de pessoas brancas referente ao de pessoas pretas e pardas, sendo que, esse gráfico tem todo um contexto de racismo estrutural apresentado pelo capitalismo. As condições socioeconômicas dos brancos não são as mesmas dos pretos e pardos.


    Aluna: Izadora Teles Carvalho

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  21. A pandemia afetou a todos e todas de diversas formas, a maior preocupação é a vida, mas o texto reflete também as pessoas que passaram fome e que viveram abaixo da linha da pobreza, que passaram necessidades básicas. É ambíguo e muito hipócrita impor medidas sanitárias absurdas, sem pensar que existem pessoas que nem sabão em casa possuem para lavar a mão. O racismo ainda se encontra enraizado nesses números e estatísticas.

    Aluno: Gabriel Montalvão Tavares

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  22. Ao pararmos para analisar tudo que este texto relaciona, a PANDEMIA, o mercado de trabalho e o racismo, conseguimos enxergar tudo que nossos olhos não viam antes. Sabíamos que existia, sabíamos que fazíamos parte de uma sociedade assim, mas não enxergávamos.
    Até que vivendo nessa PANDEMIA nos deparamos com uma sociedade completamente afetada e assustadora, onde a desigualdade social está inserida em cada canto. A pandemia nos mostrou a falta de apoio que temos do governo, quantas pessoas vivem na miséria, muitas vezes por falta de oportunidade, ou pela cor da pele. Muitas pesquisas feitas comprovam hoje que muitos negros morreram nessa pandemia por falta de suporte, apoio, assistência do estado e das pessoas. Com certeza isso aconteceu por conta dos trabalhos precarizados que essas pessoas tinham, onde corriam riscos de contaminação o tempo todo devido não poder ficar em casa, pois só indo pras ruas que ganharia um ganha pão, ao contrário de muitos ricos que puderam ficar em casa nessa PANDEMIA, alguns tiveram o direito até de "folga" no trabalho. Tudo isso torna ainda mais evidente o racismo estrutural brasileiro.

    Aluna: GEOVANNA LISSA

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  23. Aluna: Loren Melo

    Em tempos da pandemia, a desigualdade social aumenta e o racismo estrutural fica mais evidente. Há diversos estudos, como os da Fiocruz e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), que apontam que negros adoecem e morrem mais com a COVID-19.

    Portanto, falar de racismo estrutural é lembrar das razões que permitem a perpetuação desse processo histórico de desigualdade entre brancos e negros e que se desdobra no genocídio de pessoas negras, no encarceramento em massa, na pobreza e na violência contra as mulheres negras. E, nesse momento, em que o governo Bolsonaro abandona a população à própria sorte, mostrando ao mundo inteiro a sua incapacidade de agir contra a Covid-19, combater o racismo estrutural, lutar pela eliminação da discriminação racial e pelo respeito e promoção dos direitos humanos é uma questão de sobrevivência – um imperativo ético e político.

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  24. Em relação a pandemia do novo coronavírus no Brasil temos os dados alarmantes de contágios e mortes desde o inicio da pandemia até aqui. Com mais de 23 milhões de infectados até o inicio de 2022 e mais de 620 mil mortes, alguns estudos foram levantados sobre o perfil das pessoas infectadas e as que vieram a óbito. Em um pais com enorme índice de racismo, discriminação e desigualdade social é esperado que tudo isso reflita consideravelmente na pandemia. O vírus não seleciona classes para atingir, mas a desigualdade social faz com que determinadas classes sofram mais com os efeitos da pandemia, negros, famílias de baixa renda e trabalhadores pobres são os que mais sofrem.
    O isolamento social é uma recomendação para todos, porém não é possível de ser realizada por todos. O pai ou mãe de baixa renda muitas vezes não trabalham em empregos possíveis de home office, são seguranças, atendentes, motoristas do transporte público, vendedores ambulantes, entre outros, que precisam todos os dias saírem as ruas para cumprir sua jornada de trabalho, são esses os primeiros a se infectarem com o novo coronavírus e a buscarem tratamento no Sistema Único de Saúde - SUS. Porém sabemos que o SUS apesar de ser para todos possui estruturas precárias, baixa remuneração para os profissionais, entre outras dificuldades que no ápice da pandemia entrou em colapso devido a superlotação. A pandemia refletiu ainda mais o racismo e as injustiças presentes no nosso país.
    O vírus não escolhe quem infectar, mas a desigualdade determina os que vão ser mais atingidos.
    Aluna: Ana Beatriz Marques Guimarães

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  25. O racismo não é um problema que surgiu recentemente, na verdade é quase impossível conotar exatamente a data precisa do seu começo, mas especificamente no Brasil ele passou a ser um problema mais visível nós vários campos da sociedade após a abolição da lei áurea. Hoje ainda sofremos com determinado problema, na verdade ele se tornou um problema estrutural, estando presente em toda a sociedade.

    Embora a pandemia tenha sido para todos, os seus graves problemas não foram. O racismo e a desigualdade estão presentes em nosso meio até mesmo antes da revolução industrial, mas pode-se citar que ambos foram ainda mais elevados após determinado fenômeno que marcou o início da sociedade capitalista. A desigualdade e principalmente o racismo são problemas dos moldes da sociedade, a pandemia apenas evidenciou ainda mais esses problemas.

    Soluções para esses problemas devem ser tomadas. A melhor delas seria ultrapassando o modelo responsável pelo seu surgimento e propagação. Nesse sentido, uma revolução nos moldes da sociedade se faz necessário. É preciso reinventar a escola, o trabalho e as demais instituições de base da sociedade, apenas assim o racismo e a desigualdade poderiam ser ultrapassados.

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