Foto 01 - “Campinho” – Campo de várzea em área pública no centro de Goiânia
(Escrito por Renato Coelho)
A covid-19 já não é apenas uma pandemia, mas já possui uma nova
classificação denominada de sindemia, e não consiste apenas em uma mera mudança
terminológica. O termo SINDEMIA é um neologismo que deriva da junção das
palavras SINERGIA + PANDEMIA, e foi criada pelo antropólogo americano Merill
Singer ainda na década de 1990, onde, segundo ele:
Uma abordagem sindêmica fornece uma orientação
muito diferente para a medicina clínica e a saúde pública, mostrando como uma
abordagem integrada para entender e tratar doenças pode ser muito mais bem
sucedida do que simplesmente controlar doenças epidêmicas ou tratar pacientes individuais (SINGER
apud HORTON, 2020).
O conceito de sindemia lança um novo olhar sobre a covid-19, onde são
levados em conta o contexto da doença e as interações com os aspectos sociais,
fazendo com que a covid-19 não seja considerada apenas como uma doença a nível
biológico. Ao considerarmos a Covid-19 como uma relação biológica e social,
fica mais fácil a compreensão de sua dinâmica de contágios, também a tomada de
decisões eficazes para mitigação de novos surtos.
Foto 02 – Vacinação de trabalhadores contra a Varíola – Maranhão – 1969. (fonte: Acervo COC - Casa Oswaldo Cruz – Fiocruz)
A covid-19 é capaz de interagir com inúmeras doenças pré-existentes,
tais como diabetes, cardiopatias, doenças respiratórias crônicas, doenças
renais, hipertensão, asma, câncer, aids e muitas outras, porém, essa interação
ou combinação com a Covid-19, faz potencializar os danos e riscos à vida dos
indivíduos com tais comorbidades. Vale ressaltar ainda que em camadas mais
pobres e em etnias excluídas ou marginalizadas, os danos provocados pela
sindemia da Covid-19 também são amplificados de forma exponencial. Fatores de
risco para a Covid-19, tais como a obesidade e diabetes são mais frequentes em
populações mais pobres e carentes, e tais fatores tornam estas pessoas mais
vulneráveis, favorecendo a piora do estado de saúde destes indivíduos, pertencentes
aos chamados grupos de risco.
A vulnerabilidade dos cidadãos mais velhos;
Comunidades étnicas negras, asiáticas e minoritárias; e os trabalhadores-chave
que são comumente mal pagos com menos proteções de bem-estar apontam para uma
verdade até agora pouco reconhecida — ou seja, que não importa o quão eficaz um
tratamento ou proteção através de uma vacina, a busca de uma solução puramente
biomédica para o COVID-19 falhará. A menos que os governos criem políticas e
programas para reverter profundas disparidades, nossas sociedades nunca serão
verdadeiramente seguras contra a covid-19. (HORTON, 2020)
Segundo Horton (2020), a Covid-19 jamais será debelada apenas com a visão biomédica de restrições ou de flexibilizações da mobilidade humana, protocolos de biossegurança, vacinas ou de medicamentos de última geração, pois nunca serão eficazes o suficiente e a busca de soluções meramente biologicistas para a Covid-19 sempre fracassarão. Para este autor, é necessário ir muito além disso, para ele, é urgente e necessário a superação da mera visão atual focada no limitado conceito de pandemia, e começarmos a encarar a covid-19 como uma sindemia, sendo capaz de levar em conta as condições de trabalho, moradia, alimentação de qualidade, saneamento básico, acesso ao lazer e ao esporte, assistência médica e melhoria na renda dos trabalhadores de todo o mundo.
A crise econômica que se aproxima de nós não será
resolvida com um medicamento ou uma vacina.
Nada menos do que um avivamento nacional é necessário. Abordar a
Covid-19 como uma sindemia irá convidar a uma visão mais ampla, abrangendo
educação, emprego, moradia, alimentação e meio ambiente. Ver a Covid-19 apenas
como uma pandemia exclui esse processo mais amplo, mas necessário. (HORTON,
2020)
Portanto, faz-se necessário propor medidas para além das ações
farmacológicas (vacinas, medicamentos) e não farmacológicas (uso de máscaras, protocolos, distanciamento social, lockdown), estas que são fundamentais, porém, não
suficientes para o controle e mitigação dos contágios e mortes provocados pela covid-19 no Brasil e no mundo.
Figura 01 – Charge com Oswaldo Cruz e a Revolta da Vacina – 1904 (fonte: Acervo COC - Casa Oswaldo Cruz – Fiocruz)
No Brasil, por exemplo, enquanto avança lentamente o programa de vacinação da
população brasileira (cerca de 29% da população adulta imunizada) com uma média de 2 milhões de doses aplicadas diariamente, vemos em paralelo a aniquilação de
direitos trabalhistas pelo congresso, a votação de leis contra os direitos
indígenas, o aumento da inflação e do desemprego estrutural, também o aumento
de queimadas e desmatamentos na Amazônia, no Cerrado e Pantanal, que são considerados
os principais biomas do planeta Terra.
Sendo assim, mais distante se torna o controle da covid-19 e a
diminuição dos contágios. Não apenas isso, estamos abrindo as portas para o
surgimento de novas pandemias com a destruição da natureza e o aumento das
desigualdades sociais. Tais mazelas e sindemias são consequências claras do
insaciável e destrutível movimento capitalista sobre a natureza e sobre a vida
humana.
Cumpre aqui ressaltar o importante papel da educação física, como
instrumento de democratização da cultura corporal e como importante componente curricular
das escolas brasileiras. Porém, neste momento de pandemia, com um vírus mutante
e que inviabiliza a construção da imunidade coletiva através da vacinação
(variante delta), onde medidas de restrições de mobilidade, o uso de máscaras e
aplicações de reforços vacinais deverão perdurar por tempo indeterminado,
deve-se repensar as metodologias, conteúdos e espaços de educação física para
além das medidas e normas biomédicas e dos protocolos de segurança, através de
ações concretas que abarquem mudanças estruturais para viabilização das
diferentes e variadas formas de ensino-aprendizagem em educação física, a fim
de promover a segurança e a saúde de alunos, professores e de seus familiares, colocando
como prioridade a proteção à vida de todos os membros da sociedade.
O ensino da Educação Física escolar envolve inúmeros contatos, ensinar e aprender Educação Física é promover aglomerações saudáveis e infinitas interações humanas de variadas formas: dialógicas, psicológicas, físicas e simbólicas. A Educação Física escolar é não somente o momento de aula, mas tempo de prazer e de libertação corporal das amarras e engessamentos promovidos pela instituição escola. Daí o grande entrave que a pandemia trás para a escola como um todo, e também para o componente curricular da Educação Física. Um problema complexo que não será solucionado apenas com protocolos de biossegurança em quadras de escolas ou de academias de ginástica.
Foto 03 - Espaço de lazer ao ar livre localizado no bairro de Vila Nova em Goiânia
Tais ações e empreendimentos nas aulas de Educação Física envolvem melhoria e democratização no
acesso à internet para alunos e professores, realização de concursos públicos
para docentes de escolas e universidades na expansão do ensino remoto (por
tempo indeterminado), aumento de salário e melhorias nos planos de carreira e previdenciário docente, expansão da
assistência estudantil e concessão de mais bolsas (permanência, extensão e de
pesquisa), readequação e reformas dos espaços escolares e de universidades para
melhor circulação do ar (ventilação natural e troca de ar) e ampliação de áreas já construídas. Permitir o acesso à assistência médico hospitalar gratuita e de qualidade
para a comunidade escolar, garantir uma alimentação saudável e rica em
nutrientes aos professores e estudantes, também a promoção de moradia digna e
saneamento básico às famílias de estudantes mais carentes.
Portanto, não basta apenas impor às escolas protocolos, ou normas de
biossegurança nas aulas de educação física pautados apenas em normas epidemiológicas,
que não são capazes de oferecer uma proteção efetiva, quando construídas e
impostas de forma a negar o contexto e negligenciar as desigualdades e mazelas
sociais estanques na comunidade escolar e nas universidades brasileiras. Com base no exposto acima e no contexto atual brasileiro de descontrole total da pandemia, estacionada em um platô com médias diárias de mil (1000) mortes, vacinação com início tardio, uma iminente terceira onda com a variante Delta, somado com a real e brutal precarização das escolas e universidades públicas, o retorno às aulas presenciais irá somente dar continuidade e ainda potencializar o genocídio que já está em vigor, independente de quaisquer que sejam os protocolos presenciais a serem adotados.
Referências
HORTON,
R. OFFLINE: COVID-19 is not a pandemic. The Lancet, v.396, p874,
september 26, 2020.
Site Consultado:
Casa Oswaldo Cruz: www.coc.fiocruz.br/index.php/pt/
Precisamos de avançar na vacinação o mais rápido possível para atingirmos uma margem de segurança e pensar em um retorno mais seguro. Porém todos as outras desigualdades citadas que afetam a nossa socieda são assuntos mais complexos e que nunca desapareceram de nosso país. Os governos nunca tiveram interesse, verdadeiramente, em promover uma extinção das desigualdades e. com essa pandemia, esse governo em vigência, acredito que nosso futuro é incerto e tenebroso. Não a políticas públicas para melhorar educação, saúde e demais questões importantes. O que vemos são desrespeitos com a vida e com as pessoas mais frágeis.
ResponderExcluirdeveria sim ter uma melhoria salarial para o trabalhador brasileiro, pois os politicos que ultimamente não estão fazendo nada aumentam seus salarios direto, porque o povo não?
ResponderExcluirE o processo de vacinação ainda está lento e precario, ficam pedindo para as pessoas irem vacinar e tudo mais, porém, quando tentam marcar ou vão no local de vacinação, não conseguem vacinar ou agendar uma data para tal feito, dificultando mais no controle dessa pandemia que faz piorar as demais doenças.
e como é citado no texto nosso bioma anda sofrendo muito e as vezes pouco divulgado pelas midias, focando apenas na COVID e deixando de apresentar outros problemas existentes.
Está mais que evidente que a pandemia Covid-19 dilatou todos os problemas já existentes em nossa sociedade, muito interessante trazer no texto essa visão de que o termo "sindemia" se encaixa em nossa realidade atual, uma vez que realmente necessitamos de muitas mudanças. A desigualdade social, racial, e muitas outras mazelas tão enraizadas em nosso cotidiano, deveria possuir uma atenção maior por parte dos nossos governos e nesse momento de sindemia, é importante proporcionar qualidade de vida para os trabalhadores de todas as esferas, para os estudantes, enfim, algo que infelizmente não acontece muito antes da pandemia, já que estamos sempre desmazelados em relação a qualquer tipo de assistência que temos necessidade (saúde, educação, moradia, alimentação, etc.).
ResponderExcluirALUNA: MIRELLY NAZARIO SANTOS.
Parabéns pelo escrita do excelente artigo, professor Renato Coelho. Realmente, olhar de forma simples para essa doença é um equívoco, visto que afeta a sociedade em todos os seus aspectos: sociabilização/contato pessoal; educação; saúde; economia e emprego. Um possível meio, não utópico, seria exatamente adotar uma abordagem de intervenção/trabalho com tal caráter sindêmico. Atuar de maneira sociocultural, para que a sociedade, e os indivíduos que a constituem, possam usufruir dos benefícios decorrentes dessa intervenção.
ResponderExcluirWederson Efraim Ferreira dos Santos
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ResponderExcluirFalar em sindemia é tratar de forma mais complexa o momento atual onde temos a soma de doenças com os fatores socioeconômicos.
ResponderExcluirA pandemia trouxe à tona os inúmeros problemas que enfrentávamos a séculos, como a precariedade na saúde, na forma de trabalho, na educação e a incompetência dos nossos gestores, esse último fator está ligado a ignorância política da nossa população que escolhe representantes incapazes de governar e exerce a governança.
O mundo já vivenciou vários casos de pandemia, dentre elas: a peste bubônica, a varíola, a cólera, a gripe espanhola e a gripe suína. E o que há de semelhante em todos esses momentos? Os afetados. O maior número de mortes foi registrado no grupo de pessoas pobres, excluídas e marginalizadas. Muitas dessas pessoas ainda apresentavam alguma comorbidade o que agravou o seu quadro, porque o sistema imunológico encontrava-se debilitado.
Sabemos que as medidas como vacinação e os protocolos de segurança (uso de máscaras, higienização das mãos e o distanciamento social) são de grande importância. Contudo, o problema vai além, pois presenciamos a destruição do meio ambiente, o que gera um desequilíbrio na natureza, podendo propiciar o surgimento de micro-organismos ainda mais letais ao homem; a precarização do trabalho e redução dos direitos trabalhistas, o que submete o indivíduo a trabalhos extenuantes debilitando sua saúde.
Neste contexto a Educação Física é prejudicada, pois diferente de outras disciplinas. Nela o contato com outras pessoas é fundamental, a interação que permite a troca de conhecimentos, os movimentos corporais presentes na dança, nos jogos, na natação, na ginástica tudo isso é afetado. Como retomar sem a segurança adequada, uma vez que a Covid-19 apresenta a cada dia uma variante anda mais resistente.
Outro ponto que merece destaque são as condições de trabalho dos professores de educação física nas escolas e universidades, que se veem obrigados ao retorno as atividades em condições de risco. O acesso as aulas dos alunos por meio remoto, além de não apresentar a eficácia desejada e gerar prejuízos no aprendizado sobrecarregou os discentes, pois muitos tiveram que associar o trabalho, os cuidados com o lar e as aulas e atividades extras.
Ainda temos muito a aprender com essa nova forma de vida. Vivemos em um momento de alerta, mas também ideal para instigar o debate entre a forma de trabalho e sua precarização e cobrar dos governantes o respeito e condições dignas de vida, as quais são determinadas pela Constituição Federal. Além disso é importante disseminar a importância da Ciência tão atacada atualmente, e que é fundamental para nortear as ações diante dos grandes males que afetam a humanidade.
Aluna: Amanda Sucia do Carmo.
Em que momento, quando ingressamos na faculdade de Educação Física, que viveríamos um momento como esse, em que teríamos que mudar drasticamente nossa forma de ser profissional de uma das áreas que mais precisa do contato físico? Além de estarmos perdendo pessoas e uma das coisas que mais nos faz sermos humanos (o contato), ainda estamos perdendo tantas outras coisas no meio dessa sindemia, vendo ricos ficando cada vez mais ricos e os pobres tendo que dar seus pulos pra comer mais tarde. Cada texto que leio me deixa ainda pior, pois realmente não encontro uma forma de sair dessa. Mãos atadas à mercê de uma pequena parcela da população que não tá nem aí com vírus nenhum, nem a COVID-19 nem o vírus da pobreza. Nem a vacinação tá sendo feita de forma humanizada, está aberto para adultos 18+, mas vai ver as condições para vacinar? Pelo menos começou a vacinação. Pelo menos.
ResponderExcluirAluna: Áckisa Mayra Santana Mendonça.
Com os dados expostos no texto do professor me causa ainda mais indignação em relação aqueles que se recusam a se vacinar. Estamos longe de acabar com essa "sindemia", muito em função de não termos gente competente no comando para adotar medidas básicas e também pelo fato de a população não colaborar, um exemplo disso é a quantidade de eventos liberados pelos governantes, tudo por causa de um jogo de interesse $$ capitalista.
ResponderExcluirUma frase que resume bem o cenário que estamos passando é: "estamos na mesma tempestade, porém em barcos diferentes, alguns em iates luxuosos, outros agarrados em pedaços de madeira prestes a se afogar". O mundo está doente, e não só pelo vírus Sars-cov2, mas também de empatia, de compaixão, está tomado pelo egoísmo e individualismo, em que o sujeito só pensa no seu bem estar, e não no próximo, nem sequer nas futuras gerações. A pandemia veio pra encancarar a desigualdade social, enquanto aumenta a taxa de desemprego e da população em extrema probreza/miséria, também no outro extremo, estão aumentando os bilionários do mundo. Só passaremos por esse transtorno juntos, pois o ser humano é sociável, nas será que está realmente capaz de viver em sociedade? Sozinhos não mudaremos o mundo, mas podemos ajudar alguém, que ajuda outro alguém, e quem sabe podemos fazer a diferença. Superando o vírus da Covid e o vírus do egoísmo.
ResponderExcluirAluno: João Victor Nogueira / NOTURNO
A vacinação infelizmente está lenta e para agravar toda a situação, ainda temos pessoas se recusando a vacinar.... espero que possamos vencer essa "sindemia" o quanto antes
ResponderExcluirAluno: Willian Borges
A início uma epidemia (local), que se transformou em uma pandemia (global) e encaminhou-se para uma sindemia. Globalmente as sindemias mais comuns são a obesidade, desnutrição e o aquecimento global, agora mais uma: COVID-19. Essa sindemia revelou muito do que a sociedade tem de pior: a segregação, o preconceito, desigualdade social. O pobre ficando cada vez mais pobre e o rico cada vez mais rico mesmo em meio a pandemia (Como foi o caso da Amazon que aumentou em 300% o lucro).
ResponderExcluirAluno: Lucas de Aquino
Seria interessante observar se algum país adotou essa abordagem e observar seus resultados. Acho uma abordagem interessante, que ajuda a ter um novo ponto de vista, mais global, de como o vírus nos ataca. Acho bem cabível nesse momento, em que o próprio coronavírus já tem não mais só uma frente de ataque, visto que já há variantes legitimamente brasileiras, o que nos torna ainda mais susceptíveis a uma morte em massa. Não esqueço das mídias falando em 1.000.000 de mortos. Um milhão de famílias com um ente amado a menos. Imagina quantas pessoas foram atingidas diretamente, caso tenham, pelo menos um morto devido a Covid19 em sua família. São muitas vidas tiradas, mas acima de tudo muitos pais perdidos, mães, irmãos, amigos, famílias inteiras.
ResponderExcluirO norte da Itália que é rico, teve muitas mortes de covid19, o presidente do grupo Santander, morreu na Espanha de Covid19, e era bilionário. É uma doença que atinge a todos. 2% dos que terão Covid virão a falecer. Lancet não tem acertado muito no ano de 2020. Medico do CTI covid19, sim estão sujeitos a morte, pela exposição diária ao vírus, até médicos jovens e sem comorbidades de CTI estão morrendo, não apenas a equipe de limpeza. Creio ser mais sociológica do que biológica a teoria de Sindemia, como toda teoria não se provando eficácia se rejeita.
Os Estados Unidos, com seu enorme desenvolvimento social e ótimo desenvolvimento da medicina, são o país com mais infectados e mais mortes.
Aluna: Macielly Gonçalves Soares.
Essa evolução de uma pandemia para uma sindemia ficá notavél quando voce para olhar o que a sociedade vem se tornando nesses ultimos dois anos, não podemos mais olhar para essa doença de uma forma mais simples e apenas biológica, teremos que tratar ela em todos os âmbitos... Espero que a vacina chega a toda a população carente o mais rápido possivel .
ResponderExcluirApós mais de um ano de COVID, percebemos que que este vírus além de mortífero, interagi com diversas outras doenças, o que faz potencializar os danos e riscos. E com isto, é nítido que pessoas mais pobres, tal vírus tem maior força, por conta de suas condições. E, pontuo, e digo, infelizmente ainda não temos uma solução para ter total controle de tal pandemia. Com isto, só percebemos que avançar cada dia mais mas vacinações, uma política pública que cuide de fato de seu povo deve ser pensada, para atingirmos uma margem de segurança para nosso retorno das vidas cotidianas mais seguras.
ResponderExcluirJoão Vitor Dias Dutra.
Uma epidemia sindêmica refere-se à ideia de que o vírus não age isoladamente, como o coronavírus como um vilão solitário que simplesmente espalha pneumonia e falência de órgãos entre a população. Ele tem cúmplices, como a obesidade, diabetes, doenças cardíacas e condições sociais, que acabam agravando a situação do infectado, portanto para acabar com isso que vem assombrando a população temos que agilizar com a vacinação , para que tranquilize esse caos.
ResponderExcluirMatheus de Jesus
Bom, com a quarentena e também com as dificuldades de encontrar outras alternativas de se divertir e promover a saúde, as doenças físicas como obesidade e doenças mentais como tal a depressão aumentaram drasticamente nesses últimos dois anos, e levanta a questão da educação física durante esse tempo, sabendo de todos os ricos de ir a academia e tendo como outras oportunidades de parque entre outras, mas ainda assim é muito difícil pensar em algo vivendo esse caos.
ResponderExcluirLuana de Oliveira
Esses dias escutei um podcast da Tati Bernardi que ela entrevista a Manuela D'ávilla (candidata a vice-presidência, na chapa do Fernanda Haddad). Ela começa o programa apresentando a Manuela, no final da apresentação ela fala "se ela tivesse vencido a eleição contra Bolsonaro, estaríamos todos vacinados e falando sobre as férias de dezembro"... Achei o comentário realista, extremamente irônico, mas realista. Lendo seu texto, fiquei sentindo falta de uma revolta da vacina. Sei que é um pensamento cruel, refletindo a autonomia dos indivíduos, mas a pandemia causa esse efeito de reflexões absurdas, tão absurdas que alguns absurdos estão sendo normalizados: As falas do líder de governo de um país foram normalizadas, o discurso de ódio foi normalizado; Uma coleção de líderes ministeriais que aplicam um retrocesso nos diversos setores políticos do Brasil, também foi normalizado; O único discurso que permanece em qualquer argumento negacionista é "e o PT", "e o Lula ladrão", "pelo menos ele não é corrupto".
ResponderExcluirEnquanto não temos vacina, o filho 04 passeia em mansão milionária, outro grupo passeia de moto (combustível barato), pastores aplaudem o discurso de "não usar máscara" do presidente em uma visita à Goiânia. Enfim, só Oswaldo Cruz...
Mais um texto excelente Professor Renato Coelho.
ResponderExcluirEssa sindemia revelou muito do que a sociedade tem de pior: a segregação, o preconceito, desigualdade social. O pobre ficando cada vez mais pobre e o rico cada vez mais rico mesmo em meio a pandemia. A pandemia veio pra encancarar a desigualdade social, enquanto aumenta a taxa de desemprego e da população em extrema probreza/miséria, também no outro extremo, estão aumentando os bilionários do mundo.
Guilherme Alves Machado
Ótimo texto professor.
ResponderExcluirEssa evolução de uma pandemia para uma sindemia ficá não podemos encarar a pandemia como qualquer tipo de doença e olhar para ela como algo que já está passando.Nos mostra uma sociedade, preconceituosa, egoísta e onde nós mostra a desigualdade social cada vez mais forte nesse país.
Essa questão do aumento salarial é de extrema necessidade, pois sempre aumenta tudo, o valor de tudo! Menos o salário do trabalhador. A vacinação está caminhando, até mais rápido do que eu imaginava, porém ainda tem muito grupos, para vacinar, e os principais que envolve a volta as aulas( que são os jovens e as crianças). De certa forma ainda é inseguro voltar ao ensino presencial, pois precisam tomar a primeira e segunda dose para tentar garantir o mínimo de segurança para as pessoas em geral, principalmente os alunos e professores. Sem falar da questão da desigualdade social, e diversos problemas que pelo visto irão persistir por muito, mais muito tempo. Essa luta contra tantos problemas que ficaram ainda mais visíveis, deve ser lutada com garra pela sociedade, por todos nós! Devemos ir em busca de todos esses pontos essenciais.
ResponderExcluirCom o grande avanço da covid 19 e o surgimento de uma nova variante conhecida como Delta, todas as demais medidas criadas para conter o aumento de contaminações se torna algo Futil, pois a criação prematura de algumas vacinas não está sendo o suficiente para que haja diminuição dos casos, sendo assim tenho o mesmo pensamento do autor HORTON.
ResponderExcluirRessaltando mais uma vez que a prática da atividade física é a melhor opção na prevenção e tratamento para o covid 19, fortalecendo o sistema imunológico e respiratório. Seguindo nessa mesma linha de raciocínio devemos voltar o olhar para a educação física e prática de esportes não só nas escolas mas também em parques para estimular a melhora da qualidade de vida e formação de indivíduos ativos, incentivando também a prática saudável do lazer.
A desigualdade sempre esteve em nossa sociedade e com a Covid-19, ficou só mais em evidência, tendo pessoas que nem estão conseguindo assistir as aulas, por não ter um computador e/ou boa internet, e isso são apenas um dos fatores que demonstra a desigualdade presente na universidade e em toda sociedade. Mesmo com o retorno das aulas, se deve repensar as questões de desigualdade, para gerar melhoras no aprendizado dos alunos, que irá interferir também na sociedade. A desigualdade sempre esteve presente, mas nunca foi solucionada, se deve repensar sobre e trazer mudanças, pois basta nos oferecer o mínimo do mínimo.
ResponderExcluirEneely Evelin Gomes de Araújo
Infelizmente ainda temos um grande numero de Brasileiros que se recusam a se vacinar, por conta de informações erradas propagadas por pessoas em que não acreditam em dados, em provas de que a vacina é melhor jeito de combater a Covid-19, prolongando assim a pandemia. Aumentando assim inúmeros problemas sociais vividos pelas classes mais baixas.
ResponderExcluirGrazyelle Costa
A pandemia da Covid 19 escancarou as mazelas das desigualdades. Sem muitas alternativas, a população pobre fica à mercê do governo genocida, que só intervêm em prol de interesses próprios e dos grandes empresários. Assim como exposto no texto, concordo que, para o enfrentamento efetivo da atual sindemia se daria a partir da justiça social.
ResponderExcluirEstá pandemia deixou clara a questão da desigualdade em que vivemos. Como exposto, a população mais afetada é a que se encontra em estado de pobreza, uma vez que além de ser a maioria no grupo de risco, vale ressaltar que a maioria não tem condições de ter um bom tratamento. Conheci relato de pessoas que compraram injeções para evitar trombose, cito aqui esse exemplo para relatar o valor, essa injeção custou mais de 500 reais. Lembrando que essa vacina é para tratar uma consequência da covid-19. Uma população pobre não consegue suprir tal necessidade, ficando nas mãos da saúde pública. Para que nós consigamos voltar as aulas presencias, é necessário uma ampliação na vacinação. É uma corrida contra o tempo, uma vez que o atraso da mesma está relacionada a vida ou morte de alguns.
ResponderExcluirBem está pandemia de coronavírus veio apenas reforça as desigualdades da população mais vulnerável do Brasil e exige ações imediatas para reforçar a proteção social a esses grupos que serão mais impactados. Por isso, é preciso pensar em ações efetivas para impedir que a pandemia piore as condições de vida de milhões de Brasileiro que vive na pobreza e na miséria, ter um olhar de ser por no lugar do próximo.
ResponderExcluirA pandemia e o texto que o senhor traz, fez vários de nós refletirmos sobre não só o mundo mas sobre o Brasil. Sobre as desigualdades que se elevaram ainda mais, onde "o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre", onde perdemos cada vez mais nas leis trabalhistas, adoecemos pelo trabalho e preocupação excessiva. Com a sindemia podemos pensar no avanço da medicina em tratar o sujeito por completo, oferecendo uma saúde integrativa, como a ampliação de espaço de lazer ao ar-livre, remédios fitoterápicos e homeopáticos, dar condições para a população se alimentar de forma saudável. Talvez esse seja um Brasil utópico, pois a classe baixa está preocupada em sobreviver e foi a mais atingida não só pela covid, mas por doenças como diabetes, doenças psicológicas entre outras. Ainda indago-me sobre como solucionar tamanho problema...
ResponderExcluirAluna:Mariana Alves de Oliveira
A COVID-19 não é uma pandemia, mas sim uma sindemia, assim como o Sr. destaca no inicio do artigo. Com a perspectiva da vacinação em massa e a imunização da população, não tem sido fácil nesses dois anos, nos mostrou ainda mais sobre a desigualdade, presenciamos a dificuldade dos trabalhadores para levar alimentos para sua mesa, estamos vivendo um momento de calamidade. Muito se fala sobre o risco do vírus pandêmico, variantes e comorbidades, mas pouco se discute sobre a origem destas comorbidades. Doenças cardiovasculares, por exemplo, são influenciadas pela aceleração do cotidiano e pressão por resultados, doenças respiratórias são agravadas pela poluição e pela habitação em condições inadequadas, mesma condição que proporciona o avanço de alergias, dentre outros. Desta forma, quando se pensa o enfrentamento de doenças devem ser considerados elementos como alimentação, habitação, condições de trabalho, segurança social, acesso aos sistemas de saúde e de educação, saneamento e meio ambiente. Sem investimento nestes setores, a tendência é que mesmo medidas de controle sejam insuficientes.
ResponderExcluirAluna: Raissa Carolina da Silva
A COVID-19 assim como outras doenças infecto contagiosas possuem relação com as condições socioeconômicas de um indivíduo, as condições de saneamento básico, alimentação, educação e acesso a saúde interferem na qualidade de vida e de saúde de uma sociedade. O conceito de saúde pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1946, definiu saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade, interações não biológicas podem interferir na saúde humana. A percepção do conceito de qualidade de vida também tem muitos pontos em comum com a definição de saúde. Em relação a terminologia "biomédica" utilizada por Horton (2020), quando se refere as ações de restrições ou de flexibilizações da mobilidade humana, protocolos de biossegurança, vacinas ou de medicamentos de última geração. A Biomedicina vai muito além dessa percepção simplista que o artigo aborda, o saber biomédico passa a considerar saúde como sinônimo de bem viver, logo não compete somente a medicina e a medicalização a garantia desse bem viver à população, mas, sim ao Estado através de políticas públicas que assegurem condições de vida saudável. Daí a importância da implementação de Políticas Públicas que garantam ao individuo as condições mínimas de acesso a saúde, moradia, educação e lazer.
ResponderExcluir"O ensino da Educação Física escolar envolve inúmeros contatos, ensinar e aprender Educação Física é promover aglomerações saudáveis e infinitas interações humanas de variadas formas: dialógicas, psicológicas, físicas e simbólicas. A Educação Física escolar é não somente o momento de aula, mas tempo de prazer e de libertação corporal das amarras e engessamentos promovidos pela instituição escola. Daí o grande entrave que a pandemia trás para a escola como um todo, e também para o componente curricular da Educação Física." Uma fala que descreve muito bem o que estamos passando pois devido a isso o nível de ansiedade é depressão vem aumentado gradativamente o fato do isolamento fez com que as pessoas também parasse com a prática de atividades físicas trazendo problemas de saúde e autoestima, lógico não generalizando. E mesmos de forma remota nós como futuros professores temos que procurar um meio para que mesmo sendo apenas com palavras incentivar outras pessoas as práticas de atividades físicas mesmo dentro de casa.
ResponderExcluirAss: Joviane Alves de Oliveira
Acho super valido a pratica de exercicio fisico durante uma pandemia, a questão é como se pensar na prática do exercicio fisico de uma forma segura e que não transforme o exercicio fisico em vilão, mas que seja um dos principais agentes no auxilio ao combate da doença. Acredito que todos os países do mundo tentaram de alguma forma criar medidas para a conteção dessa pandemia, uns demaram mais outros menos. Não acredito que exista um manual de como enfrentar uma pandemia de forma segura e eficaz, se isso fosse real o numero de obitos em todo o mundo teria sido minimo, o que eu acredito é que existam tentativas de tentar se evitar o contagio daquela doença instaurada.É extremamente dificil, reforçando que extremamente é diferente de impossivel, se pensar em maneiras para enfrentar uma pandemia de forma segura, pois todas as alternativas estão sujeitas a erros ou falhas, acho que por isso muitos paises demoraram um pouco mais a criar maneiras. Acho importante as escritas sobre o asssunto pois haverá muitos materiais para que as proximas gerações entendam o que foi essa pandemia, e como conseguimos passar por ela vivos, e que se caso ela volte algum dia eles saberão como lidar. ASS: Esther silva camargo
ResponderExcluirA medida que o período pandêmico que estamos vivendo vai se estendendo, ocorre uma precarização geral em nossa sociedade, como foi dito, no trabalho, nas famílias, e na área da saúde, do lazer, da educação, entre outras. É perceptível que a educação física foi uma das grandes prejudicadas pelo sistema de ensino remoto, fazendo que nós professores buscassemos nos reinventar nas formas de dar aula por meio do EaD, pois a essência da educação física nas aulas havia sido minimizada já que não há formas que garatam uma aglomeração ou uma socialização da turma para realizar, compreender e discutir a cultura corporal.
ResponderExcluirÉ incontestável como podemos perceber a mudança de hábitos dos indivíduos e como a nossa economia interfere diretamente nas desigualdades sociais, nesse momento notamos, que a sociedade precisou se readequar com algumas questões mas na medida de não tentar resolver os problemas das coisas que ocorrem durante esse momento. Ou seja uma pandemia descontrola todos os sistemas.
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